Depois da minha atenção musicalmente estar voltada para os The Beatles e The Rolling Stones, a banda californiana Creedence Clearwater Revival, liderada pelo jovem John Fogerty, passou a ser uma referência e a minha banda preferida, da qual ainda hoje sou grande fan.
Os Creedence Clearwater Revival chamaram-me a atenção porque tinham uma sonoridade completamente nova e original, era uma uma fusão entre o rock, o country e o blues, vestidos com excelentes arranjos musicais e vocalizados pela potente voz "negra" de John Fogerty.
Infelizmente os Creedence Clearwater Revival só tiveram cinco (5) anos de actividade, entre 1968 a 1972 ano da sua separação, mas antes de se tornarem famosos a banda já contava com dez (10) anos de experiência a tocarem juntos debaixo de outras designações, tais como The Blue Velvets (1959-1960), Tommy Fogerty & The Blue Velvets (1961-1962), The Visions (1963), The Golliwogs (1964-1967), com alguns discos gravados antes de se tornarem nos Creedence Clearwater Revival.
São conhecidos os problemas de John Fogerty com a sua editora Fantasy Records, tudo começou a partir de 1970 quando John Fogerty começou a exigir à Fantasy Records a devolução dos direitos de autor que tinha cedido à editora por um período de três (3) anos, isso julgava ele, porque John Fogerty assinou um documento contrato preparado pelos advogados da editora Fantasy Records em que cedia em termo definitivo os direitos de autor à Fantasy, como John Fogerty confiava muito em Saul Zaentz, presidente da Fantasy, assinou esse contrato sem ler o conteúdo do mesmo e queimou-se.
A questão que opunha John Fogerty à Fantasy Records e a Saul Zaentz, arrastou-se nos tribunais durante 34 anos e só foi resolvida em 2004, este problema arruinou completamente a carreira a solo de John Fogerty por mais de dez (10) anos tendo praticamente ficado desaparecido da cena musical entre 1976 até 1984, tendo feito um regresso triunfante em 1985 com o album "Centerfield", mas ficando pelo caminho um album cancelado em 1976 que se chamaria "Hoodoo" e que pode ser encontrado no mercado das bootlegs.
Apesar dos problemas internos que levaram à separação dos Creedence Clearwater Revival, por decisão de John Fogerty, e de tudo o que possam pensar, esta foi uma banda bastante apoiada pela Fantasy Records e Saul Zaentz, que na fase inicial adiantou muito dinheiro para comprarem melhor material, tais como guitarras, amplificadores e mesas de som, além de outro material necessário à actividade da banda, mas também é verdade que a editora Fantasy Records cresceu de pequena editora para grande editora muito à custa do dinheiro que ganhou com os Creedence Clearwater Revival.
Para além da questão financeira, John Fogerty não terá muito que se queixar de Saul Zaentz, a banda ganhava à percentagem mais um valor extra anual, tinha um espaço para ensaios nos armazéns da editora para poderem trabalhar à vontade, foi construído em 1969 Studio D que era para uso exclusivo dos CCR e tinham toda a assistencia técnica à sua disposição.
Por outro lado Sauz Zaentz fez uma aposta no jovem John Fogerty, que mais nenhum responsável de editora discografica faria, delegou ao jovem John Fogerty, de 23 anos, sem formação e experiência no ramo, a função de produtor, arranjador e supervisionador de toda a produção musical dos CCR, que acumulava funções também de compositor em exclusividade, isso não era uma prática muito comum na década de 60 a inicios de 70, mas Saul Zaentz viu no jovem John Fogerty um grande potencial e foi uma aposta ganha.
Na questão financeira dos direitos de autor John Fogerty tinha razão, o problema é que nas décadas de 50 e 60 era prática comum os compositores venderem os direitos de autor por meio contratual, muitas editoras discográficas faziam isso, John Fogerty foi apenas mais uma vítima dessa falcatrua da industria discográfica.
Depois de um longo período negro, John Fogerty conseguiu fazer um regresso gradual na sua carreira como solista, hoje em dia está aí de novo a disfrutar das luzes da ribalta.
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
terça-feira, 15 de julho de 2014
CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - UMA BANDA LIMPA !
Os Creedence Clearwater Revival, era considerada uma banda limpa, de facto não se lhes conhece nenhum envolvimento dos membros desta banda com as drogas e o álcool, nem mesmo depois de separados não se conhece nenhum caso nesse sentido.
Em uma época em que as drogas estavam na ordem do dia em muitas bandas e artistas solistas, o caso dos CCR foi realmente uma situação "inédita" e à parte, realmente deve ter sido uma das bandas mais limpas da sua geração.
Em uma época em que as drogas estavam na ordem do dia em muitas bandas e artistas solistas, o caso dos CCR foi realmente uma situação "inédita" e à parte, realmente deve ter sido uma das bandas mais limpas da sua geração.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
JOHN FOGERTY´S VINTAGE AMPS
JOHN FOGERTY´S VINTAGE AMPS
Ainda hoje John Fogerty tem por hábito em algumas ocasiões utilizar a mesma amplificação que usava nos Creedence Clearwater Revival, especialmente quando toca em palco algumas músicas da sua antiga banda, segundo ele diz é para captar a fidelidade do som com que as mesmas foram criadas.
Ainda hoje John Fogerty tem por hábito em algumas ocasiões utilizar a mesma amplificação que usava nos Creedence Clearwater Revival, especialmente quando toca em palco algumas músicas da sua antiga banda, segundo ele diz é para captar a fidelidade do som com que as mesmas foram criadas.
JOHN FOGERTY´S GIBSON GUITARS AND AMPS
JOHN FOGERTY´S GIBSON GUITARS
John Fogerty durante o período Creedence entre 1968-1972 usou sempre a mesma amplificação, mas em finais de 1969 mudou de guitarra, deixou de lado a Rickenbacker 325 substituindo-a por dois modelos da Gibson Les Paul Custon, uma delas com vibrato.
Com estas guitarras John Fogerty gravou com os Creedence Clearwater Revival os álbuns de estúdio "Como´s Factory" de 1970, "Pendulum" de 1970/71 e "Mardi Gras" de 1972, e ainda com estas guitarras gravou parcialmente o álbum "Willy And The Poorboys" de 1969, como o tema "Fortunate Son" que está incluído nesse álbum.
Ainda com estas guitarras gravou os álbuns a solo "John Fogerty" de 1975, e "Hoodoo" de 1976, além dos singles "Comin´ Down The Road" de 1973, "You Don´t Owe Me" de 1973, "I Got The Magic" de 1976, e ainda "Rockin´All Over The World" de 1975 incluída no álbum "John Fogerty", a amplificação utilizada foi a mesma.
John Fogerty durante o período Creedence entre 1968-1972 usou sempre a mesma amplificação, mas em finais de 1969 mudou de guitarra, deixou de lado a Rickenbacker 325 substituindo-a por dois modelos da Gibson Les Paul Custon, uma delas com vibrato.
Com estas guitarras John Fogerty gravou com os Creedence Clearwater Revival os álbuns de estúdio "Como´s Factory" de 1970, "Pendulum" de 1970/71 e "Mardi Gras" de 1972, e ainda com estas guitarras gravou parcialmente o álbum "Willy And The Poorboys" de 1969, como o tema "Fortunate Son" que está incluído nesse álbum.
Ainda com estas guitarras gravou os álbuns a solo "John Fogerty" de 1975, e "Hoodoo" de 1976, além dos singles "Comin´ Down The Road" de 1973, "You Don´t Owe Me" de 1973, "I Got The Magic" de 1976, e ainda "Rockin´All Over The World" de 1975 incluída no álbum "John Fogerty", a amplificação utilizada foi a mesma.
JOHN FOGERTY´S RICKENBACKER 325 GUITAR AND AMPS
JOHN FOGERTY´S RICKENBACKER 325 GUITAR AND AMPS
Foi com esta guitarra e amplificação que John Fogerty gravou com os Creedence Clearwater Revival os primeiros quatro álbuns de estúdio, a saber, "Creedence Clearwater Revival" de 1968, "Bayou Country" de 1969, "Green River" de 1969, e "Willy And The Poorboys" de 1969.
John Fogerty recentemente disse que a guitarra original perdeu-a quando foi vendido o espólio dos Creedence Clearwater Revival, mas comprou mais tarde uma outra exactamente igual, mas afinal depois apurou-se que essa guitarra foi roubada na Holanda durante a digressão europeia 1971 / 72 dos Creedence Clearwater Revival. A única coisa que ficou com ele do tempo dos Creedence, e que ainda utiliza, foram as duas guitarras Gibson pretas e esta amplificação que se vê na imagem.
Foi com esta guitarra e amplificação que John Fogerty gravou com os Creedence Clearwater Revival os primeiros quatro álbuns de estúdio, a saber, "Creedence Clearwater Revival" de 1968, "Bayou Country" de 1969, "Green River" de 1969, e "Willy And The Poorboys" de 1969.
John Fogerty recentemente disse que a guitarra original perdeu-a quando foi vendido o espólio dos Creedence Clearwater Revival, mas comprou mais tarde uma outra exactamente igual, mas afinal depois apurou-se que essa guitarra foi roubada na Holanda durante a digressão europeia 1971 / 72 dos Creedence Clearwater Revival. A única coisa que ficou com ele do tempo dos Creedence, e que ainda utiliza, foram as duas guitarras Gibson pretas e esta amplificação que se vê na imagem.
quinta-feira, 3 de julho de 2014
CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - CRONOLOGIA DE SUCESSOS - TODOS NO TOP !
CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - CHRONICLE - 20 GREATEST HITS - 1976
Editado originalmente em 1976 como album duplo em disco vinyl e posteriormente em CD (1991) onde espremem as 20 canções em um só disco, este é o mais famoso album compilação que se editou e por onde desfila todos os grandes sucessos / êxitos desta banda entre 1968 a 1972, aqui estão reunidos em um único album todas as músicas que estiveram nos lugares cimeiros das charts dos tops norte-americanos, nalguns casos conseguiram uma proeza até hoje inédita, subir aos Tops com o Lado A e o Lado B de um single na época do disco vinyl 45 rpm.
A nível de vendas foi a única compilação de sucessos desta banda a ser galardoada com o disco multi-platina por vendas superios a 5 milhões de exemplares à data do seu lançamento.
Este album é considerado como uma das melhores compilações editadas com êxitos desta excelente banda.
Galardoado disco tripla platina por vendas superiores a 5 milhões de exemplares em 1976.
ALINHAMENTO : Com data cronológica da edição em Single.
01 - Suzie Q * 1968
02 - I Put a Spell On You * 1968
03 - Proud Mary * 1969
04 - Bad Moon Rising * 1969
05 - Lodi * 1969
06 - Green River * 1969
07 - Commotion * 1969
08 - Down On The Corner * 1969
09 - Fortunate Son * 1969
10 - Travelin´ Band * 1970
11 - Who´ll Stop The Rain * 1970
12 - Up Around The Bend * 1970
13 - Run Through The Jungle * 1970
14 - Lookin´ Out My Back Door * 1970
15 - Long As I Can See The Light * 1970
16 - I Heard It Through The Grapevine * 1970 (1976 Single Cut Edit)
17 - Have You Ever Seen The Rain * 1971
18 - Hey Tonight * 1971
19 - Sweet Hitch-Hiker * 1971
20 - Someday Never Comes * 1972
********************************************
OBSERVAÇÕES : Os temas "Have You Ever Seen The Rain" e "Hey Tonight" sairam em single em 1971, mas já tinham sido editados em Dezembro de 1970 no album "Pendulum".
O tema "Sweet Hitch-Hiker" foi editado em single em Julho de 1971 e depois foi incluído no último album desta banda, "Mardi Gras", em Abril de 1972.
O tema "I Heard It Through The Grapevine" apesar de ser um tema de 1970 e que faz parte do album "Cosmo´s Factory", só foi lançado em single em 1976, portanto 4 anos após a separação desta banda, mas tem um facto curioso, na edição em disco vinyl este tema aparecia na versão "Single Cut Edit" que reduzia o tempo de duração deste tema para menos de metade, já na edição em CD a canção é editada no seu formato original com 11,06 minutos de duração, no entanto a versão "single cut edit" já foi editada em duas outras edições em CD mais recentes, "The Singles Collection" e "CCR Covers The Classics" ambas editadas em 2009.
Editado originalmente em 1976 como album duplo em disco vinyl e posteriormente em CD (1991) onde espremem as 20 canções em um só disco, este é o mais famoso album compilação que se editou e por onde desfila todos os grandes sucessos / êxitos desta banda entre 1968 a 1972, aqui estão reunidos em um único album todas as músicas que estiveram nos lugares cimeiros das charts dos tops norte-americanos, nalguns casos conseguiram uma proeza até hoje inédita, subir aos Tops com o Lado A e o Lado B de um single na época do disco vinyl 45 rpm.
A nível de vendas foi a única compilação de sucessos desta banda a ser galardoada com o disco multi-platina por vendas superios a 5 milhões de exemplares à data do seu lançamento.
Este album é considerado como uma das melhores compilações editadas com êxitos desta excelente banda.
Galardoado disco tripla platina por vendas superiores a 5 milhões de exemplares em 1976.
01 - Suzie Q * 1968
02 - I Put a Spell On You * 1968
03 - Proud Mary * 1969
04 - Bad Moon Rising * 1969
05 - Lodi * 1969
06 - Green River * 1969
07 - Commotion * 1969
08 - Down On The Corner * 1969
09 - Fortunate Son * 1969
10 - Travelin´ Band * 1970
11 - Who´ll Stop The Rain * 1970
12 - Up Around The Bend * 1970
13 - Run Through The Jungle * 1970
14 - Lookin´ Out My Back Door * 1970
15 - Long As I Can See The Light * 1970
16 - I Heard It Through The Grapevine * 1970 (1976 Single Cut Edit)
17 - Have You Ever Seen The Rain * 1971
18 - Hey Tonight * 1971
19 - Sweet Hitch-Hiker * 1971
20 - Someday Never Comes * 1972
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OBSERVAÇÕES : Os temas "Have You Ever Seen The Rain" e "Hey Tonight" sairam em single em 1971, mas já tinham sido editados em Dezembro de 1970 no album "Pendulum".
O tema "Sweet Hitch-Hiker" foi editado em single em Julho de 1971 e depois foi incluído no último album desta banda, "Mardi Gras", em Abril de 1972.
O tema "I Heard It Through The Grapevine" apesar de ser um tema de 1970 e que faz parte do album "Cosmo´s Factory", só foi lançado em single em 1976, portanto 4 anos após a separação desta banda, mas tem um facto curioso, na edição em disco vinyl este tema aparecia na versão "Single Cut Edit" que reduzia o tempo de duração deste tema para menos de metade, já na edição em CD a canção é editada no seu formato original com 11,06 minutos de duração, no entanto a versão "single cut edit" já foi editada em duas outras edições em CD mais recentes, "The Singles Collection" e "CCR Covers The Classics" ambas editadas em 2009.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL EM PORTUGAL !
É um facto pouco ou nada referido, mas os Creedence Clearwater Revival estiveram em Portugal, já reduzidos a trio (sem Tom Fogerty), onde passaram pela primeira edição do Festival Vilar de Mouros em 1971, com Elton John como cabeça de cartaz, mas também lá estiveram a banda inglesa Manfred Mann Quartet, além de algumas bandas portuguesas como os Pop Five Music Incorporated, Quarteto 1111, Psico, Sindicato, Objectivo, Pentágono, Celos, Duo Ouro Negro, Amália Rodrigues, Chinchilas, Beatniks, entre alguns mais.
O Festival Vilar de Mouros de 1971 em Caminha, foi uma espécie de Woodstock à portuguesa em plena ditadura Marcelista e foi assistido por mais de 30.000 pessoas, tendo sido montado um grande acampamento no local debaixo da vigilância dos agentes da Pide (policia politica) e também da Policia de Segurança Pública e da G.N.R (Guarda Nacional Républicana), mas não houve incidentes, quem por lá passou no primeiro Festival de Vilar de Mouros, conta com saudade e emoção, o espírito vivido naquele ano, onde jovens conviveram uns com os outros em pleno clima de paz, amor, e liberdade, e a ouvir os primeiros grupos de rock portugueses, esses sim, os verdadeiros "pais" do rock português. Fica na memória, os milhares de jovens, hippies, e excêntricos portugueses, bem como muitos hippies estrangeiros que naquele longínquo ano de 1971, estiveram em Vilar de Mouros, por entre um clima de liberdade, diversão, e actos livres e sinceros de contra-cultura, na esperança de expressar uma nova vida e ideia, o que contraria o que dizem daquela época, por entre um cigarro de erva ou uma viagem de LSD, souberam deixar a sua marca na história da cultura e música portuguesa, deixar bem claro que através de imagens, testemunhos, e filmes, que a juventude da época não estava desligada ou limitada da informação e acontecimentos que mudaram o mundo, e essa prova está no grande e genuíno festival desse maravilhoso ano de 1971.
A participação dos Creedence Clearwater Revival é pouco lembrada e desconhecida por alguns, quando falam deste festival pouco ou nada se referem à passagem desta banda nesse festival, mas recentemente um amigo, José Calçada, que esteve nesse festival recorda-se de ter visto a actuação dos Creedence Clearwater Revival no Festival Vilar de Mouros em 1971, mas quando se fala deste festival todas as referências vão para a actuação de Elton John.
A participação dos Creedence Clearwater Revival ficou a dever-se estarem no inicio da sua digressão europeia 1971 / 1972 e estavam a dar uns concertos em Espanha e foram contactados para darem um "saltinho" a Portugal para actuarem nessa primeira edição do Festival Vilar de Mouros, esta foi a única vez que esta banda esteve em Portugal, e como já referi, já reduzida a trio sem o guitarra ritmo Tom Fogerty.
Ainda por volta do inicio de 1972 houve uma tentativa de trazer de novo a Portugal os Creedence Clearwater Revival, quase no final da digressão europeia 1971 / 1972, mas a editora Radio Triunfo que representava em Portugal a editora da banda, Fantasy Records, já tinha informado que a imprensa portuguesa só tinha feito grande destaque da actuação de Elton John e ignorou quase por completo todos os outros, com base nisso recusaram vir uma segunda vez actuar em Portugal, "por não haver motivos suficientes", como a banda divulgou em comunicado, e pouco tempo depois a banda chega ao fim com a sua separação em julho de 1972.
Doug Clifford Stu Cook John Fogerty
JOHN FOGERTY DOUG CLIFFORD STU COOK
O Festival Vilar de Mouros de 1971 em Caminha, foi uma espécie de Woodstock à portuguesa em plena ditadura Marcelista e foi assistido por mais de 30.000 pessoas, tendo sido montado um grande acampamento no local debaixo da vigilância dos agentes da Pide (policia politica) e também da Policia de Segurança Pública e da G.N.R (Guarda Nacional Républicana), mas não houve incidentes, quem por lá passou no primeiro Festival de Vilar de Mouros, conta com saudade e emoção, o espírito vivido naquele ano, onde jovens conviveram uns com os outros em pleno clima de paz, amor, e liberdade, e a ouvir os primeiros grupos de rock portugueses, esses sim, os verdadeiros "pais" do rock português. Fica na memória, os milhares de jovens, hippies, e excêntricos portugueses, bem como muitos hippies estrangeiros que naquele longínquo ano de 1971, estiveram em Vilar de Mouros, por entre um clima de liberdade, diversão, e actos livres e sinceros de contra-cultura, na esperança de expressar uma nova vida e ideia, o que contraria o que dizem daquela época, por entre um cigarro de erva ou uma viagem de LSD, souberam deixar a sua marca na história da cultura e música portuguesa, deixar bem claro que através de imagens, testemunhos, e filmes, que a juventude da época não estava desligada ou limitada da informação e acontecimentos que mudaram o mundo, e essa prova está no grande e genuíno festival desse maravilhoso ano de 1971.
A participação dos Creedence Clearwater Revival é pouco lembrada e desconhecida por alguns, quando falam deste festival pouco ou nada se referem à passagem desta banda nesse festival, mas recentemente um amigo, José Calçada, que esteve nesse festival recorda-se de ter visto a actuação dos Creedence Clearwater Revival no Festival Vilar de Mouros em 1971, mas quando se fala deste festival todas as referências vão para a actuação de Elton John.
A participação dos Creedence Clearwater Revival ficou a dever-se estarem no inicio da sua digressão europeia 1971 / 1972 e estavam a dar uns concertos em Espanha e foram contactados para darem um "saltinho" a Portugal para actuarem nessa primeira edição do Festival Vilar de Mouros, esta foi a única vez que esta banda esteve em Portugal, e como já referi, já reduzida a trio sem o guitarra ritmo Tom Fogerty.
Ainda por volta do inicio de 1972 houve uma tentativa de trazer de novo a Portugal os Creedence Clearwater Revival, quase no final da digressão europeia 1971 / 1972, mas a editora Radio Triunfo que representava em Portugal a editora da banda, Fantasy Records, já tinha informado que a imprensa portuguesa só tinha feito grande destaque da actuação de Elton John e ignorou quase por completo todos os outros, com base nisso recusaram vir uma segunda vez actuar em Portugal, "por não haver motivos suficientes", como a banda divulgou em comunicado, e pouco tempo depois a banda chega ao fim com a sua separação em julho de 1972.
Doug Clifford Stu Cook John Fogerty
JOHN FOGERTY DOUG CLIFFORD STU COOK
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