segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A EXPOSIÇÃO MUSEOLÓGICA DE JOHN FOGERTY

John Fogerty tem feito uma espécie de museu itinerante em alguns espaços por onde passa dando oportunidade aos fans para apreciarem parte dos seus instrumentos de trabalho, nomeadamente algumas das suas guitarras e outros instrumentos de corda e amplificadores, como também parte da sua indumentária que costuma usar em palco, tais como, camisas, chapéus, botas, casacos, cintos etc., aproveita também para fazer a exposição de seus discos vinil, cd´s e dvd´s e outro material relacionado.
A exposição também exibe alguns artigos usados pela sua mulher Julie Fogerty, como por exemplo, vestidos e sapatos.
Estas exposições costumam acontecer em espaços reservados junto à entrada das salas onde ele vai dar os seus concertos ao vivo.

John Fogerty publicou o seguinte no seu Facebook, "A Julie por vezes chama-me maníaco por ter uma grande colecção de guitarras, vocês deviam ver a sua (dela) colecção de sapatos !".
                                  Alguns artigos pessoais de John Fogerty em exposição
                       Exposição de alguns artigos pessoais de John Fogerty e Julie Fogerty
                              Vista panorâmica da exposição museológica de John Fogerty
                                A guitarra de John Fogerty e os sapatos de Julie Fogerty
                               Gibson John Fogerty´s Special oferecida por Julie Fogerty
                                            Um dos aspectos do museu de John Fogerty

domingo, 16 de novembro de 2014

FANTASY / SAUL ZAENTZ & CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - TUDO PELO DINHEIRO

O assunto que envolvia os Creedence Clearwater Revival, Saul Zaentz e a editora discográfica Fantasy Records contra John Fogerty é bastante complexo e estima-se que a Fantasy arrecadou acima de 200 milhões de dólares em lucros de vendas de discos, licenças para utilização dessas músicas em bandas sonoras de filmes e controlo dos direitos autorais e de propriedade, que foram usurpados ao então inexperiente John Fogerty por via de uma "armadilha" contratual muito pouco clara e transparente.
No inicio Saul Zaentz foi uma espécie de mecenas que financiou a banda para comprar material e instrumentos melhores para pudessem trabalhar profissionalmente em melhores condições, acreditou e apoiou fortemente a banda, muito especialmente o jovem talentoso John Fogerty. Mas se inicialmente foi um grande mecenas para os Creedence Clearwater Revival poucos anos mais tarde tornou-se o grande carrasco e inimigo do genial John Fogerty quanto este finalmente abriu os olhos e viu que estava a ser controlado por um contrato financeiramente desastroso para ele em beneficio de Saul Zaentz e da editora Fantasy Records.
É certo que os Creedence Clearwater Revival na fase inicial foram muito ajudados pelo apoio do CEO da Fantasy Records, Saul Zaentz, que era também o proprietário maioritário dessa editora, mas ele sabia bem que tinha ali uma galinha dos ovos de ouro chamada Creedence Clearwater Revival com particular atenção no jovem John Fogerty.
O jovem e inexperiente em assuntos legais, John Fogerty, confiava muito em Saul Zaentz e com base nessa confiança assinou um contrato com a Fantasy Records que mais tarde se revelaria muito desastroso para John Fogerty.
Numa das alíneas desse contrato estipulava que a banda ficava sob controlo da Fantasy Records e que todo o material entregue ficava propriedade da editora, além da cedência dos direitos autorais pelo prazo máximo de 3 anos mediante ao pagamento de uma percentagem como compensação.
Uma outra alínea em letras miudinhas revelou-se em uma grande armadilha para John Fogerty, ela estipulava que após os 3 anos de contrato os direitos autorais passavam integralmente para a posse da Fantasy Records sem direito a qualquer pagamento de compensação.
Entre 1971 e 1972 John Fogerty tentou diversas vezes assinar um melhor contrato com a Fantasy Records, mas Saul Zaentz sempre recusou essa revisão contratual, ao não conseguir um contrato mais vantajoso para ele e para a banda, John Fogerty opta pela dissolução dos Creedence Clearwater Revival decorria o ano de 1972 quando se deu essa separação, no entanto o contrato entre a Fantasy e John Fogerty só chegava ao seu termo em 1980, por isso John Fogerty foi obrigado por via contratual a lançar os seus primeiros trabalhos a solo pela Fantasy Records enquanto travava uma grande batalha legal contra essa editora nas salas dos tribunais.
Em 1975 John Fogerty assina contrato com a Asylum Records, mas na verdade o seu contrato com a Fantasy Records ainda era válido e o assunto foi bater à barra do tribunal com a Fantasy a processar judicialmente John Fogerty e a Asylum, o assunto fica resolvido provisoriamente com Fantasy a ter os direitos de distribuição discográfica na Europa, Austrália e Japão, enquanto a Asylum fica com os direitos de distribuição na America do Norte, Canada e America do Sul (America Latina) é assim que é lançado o álbum "John Fogerty" em 1975.
Todos esses problemas legais levam John Fogerty e a editora Asylum a cancelar o álbum "Hoodoo" em 1976 e John Fogerty desaparece de cena até ao ano de 1985.
Entretanto a Asylum Records é vendida ao grupo Warner Bros, e é pela Warner Records que John Fogerty faz o seu triunfante regresso em 1985 com o álbum "Centerfield".
A batalha legal de John Fogerty contra a Fantasy Records e Saul Zaentz levou 30 anos a ser resolvida nos tribunais e foram 32 anos de luta para reaver os seus direitos relacionados com a sua obra intelectual, durante todo esse tempo viu os seus ex-companheiros de banda, Stu Cook e Doug Clifford juntamente com seu irmão Tom Fogerty, se voltarem contra ele e se colocarem ao lado de Saul Zaentz e da Fantasy Records.
Tom Fogerty, Stu Cook e Doug Clifford tinham cada um 25% dos direitos de imagem e registo da marca Creedence Clearwater Revival, John Fogerty detém os restantes 25 %, e estavam em vantagem de maioria para se colocarem ao lado de Saul Zaentz contra John Fogerty, e a Fantasy Records pagou-lhes muitíssimo dinheiro por isso.
John Fogerty deixou de falar com Stu Cook, Doug Clifford e com seu irmão Tom Fogerty por volta de 1981, mas em 1990 John Fogerty visitou Tom Fogerty no hospital pouco antes deste falecer, Tom disse "John, eu vou estar sempre do lado do Saul porque ele é o meu melhor amigo", John Fogerty tem contado este episódio em diversas entrevistas.
Diz-se que a partir de 1981 os maiores inimigos de John Fogerty foram o Stu Cook e Tom Fogerty, ainda hoje Stu Cook revela algumas atitudes de grande inimigo de John Fogerty, já Doug Clifford não gosta muito de se manifestar e até tem declarado que admirava muito John Fogerty.
Em 2004 a Fantasy Records é vendida à Concord Music Group e chega ao fim o grande calvário de John Fogerty que de acordo entre ambas as partes foi indemnizado com 2,5 milhões de dólares e viu ser restituído 50% dos direitos de autor referentes às músicas compostas por ele nos Creedence Clearwater Revival, chegava assim ao fim a maior e mais longa batalha judicial da história da música.
John Fogerty foi o compositor autor, arranjador e produtor de quase todas as músicas dos Creedence Clearwater Revival e durante cerca de 30 anos foi o que menos lucrou com isso enquanto os seus ex-parceiros de banda recebiam rios de dinheiro da Fantasy Records por terem participado apenas como músicos na obra intelectual musical de John Fogerty.

Uma história verídica de amizades desfeitas e traições, tudo pela ganância do dinheiro.

PALAVRAS CERTAS EM CITAÇÃO DE JOHN FOGERTY

Depois de ter superado tantos problemas, que o opuseram contra o seu empresário Saul Zaentz e a sua editora Fantasy Records, num processo judicial que se arrastou por mais de 30 anos nos tribunais, John Fogerty tem toda a legitimidade de fazer estas afirmações.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

JOHN FOGERTY, UMA HISTÓRIA, UMA GUITARRA, E UMA CAMISA DE FLANELA AZUL

As camisas de flanela que ele usava em criança e juventude eram simples, barato, quente e bastante coloridas. Algumas já tinha sido usadas provavelmente pelos seus irmãos mais velhos, na verdade, ele não ligava para as coisas materiais.
John Fogerty cresceu em uma família de classe média baixa, no meio de cinco rapazes, ele comprou sua primeira guitarra com o dinheiro da sua mesada na tenra idade de 11 anos, ele comprou a guitarra em prestações nos armazéns Sears, no mesmo lugar que ele comprava as camisas de flanela .
A mãe recentemente divorciada e com cinco filhos, responsabilizou-se por seu filho para comprar a guitarra, ele foi pagando as prestações ao longo do tempo e trouxe sua primeira guitarra para casa.
O menino que cresceu com tais origens humildes e nos abençoou com tantas histórias maravilhosas através de sua música nunca esqueceu das suas origens humildes e de onde ele veio.
As camisas de flanela azul, e outras tantas cores, fazem parte da sua história de vida, por isso nunca as deixou de usar.
John manteve-se sempre fiel a si mesmo, dentro ou fora de moda.



Texto traduzido do inglês publicado no encarte do álbum (CD) "Wrote a Song For Everyone" lançado em 2013.

JOHN FOGERTY E AS COLABORAÇÕES DE ESTÚDIO QUASE DESCONHECIDAS.

Nos últimos anos John Fogerty tem sido rodeado por grandes estrelas da música em seus concertos ao vivo, mas também tem feito participações especiais em alguns concertos ao vivo dessas mesmas estrelas, tudo isso tem sido divulgado em sites e em videos do youtube que proliferam na internet, mas há um lado quase desconhecido de John Fogerty que é a sua colaboração vocal em discos de estúdio de outros artistas e também a colaboração de outros artistas nos discos de estúdio do próprio John Fogerty, para além disso, ainda temos algumas musicas raras de John Fogerty que teimam em continuar quase desconhecidas entre os fans.
Tome nota da informação de todas as raridades e curiosidas que estão discriminadas abaixo :


1986 - BIG TRAIN (FROM MEMPHIS)
É uma nova versão deste tema que foi originalmente editado no album "Certerfield" lançado em 1985. Esta nova versão com um pouco mais de 7 minutos é uma grande festa com a colaboração vocal de grandes estrelas como Carl Perkins, Jerry Lee Lewis, Roy Orbison, Johnny Cash, Ricky Nelson, June Carter, Dave Edmundo e alguns mais. Esta música foi originalmente publicada em um album chamado "Class Of ´55" que está creditado a Orbison, Cash, Lewis & Perkins.


1987 - KICKIN` ASPHALT
Este é o tema menos interessante de todas as colaborações prestadas por John Fogerty em estúdio uma vez que ele só participa apenas como guitarrista. A música está incluída no album "His Twangy Guitar And The Rebels" de Duane Eddy.


1996 - ALL MAMA´S CHILDREN
É um dueto vocal entre John Fogerty e Carl Perkins, a música continua a ser pouco conhecida e faz parte do album "Go Cat Go" de Carl Perkins.


1998 - PREMONITION
Gravada parcialmente ao vivo, recebeu overdubs de estúdio para melhorar a qualidade de som e retocar algumas imperfeições. A música, que é inédita, está incluída no alinhamento do album "Premonition" que foi o primeiro album oficial de John Fogerty gravado ao vivo.


2000 - BLUE MOON OF KENTUCKY
A música usa um sampler com a voz de Bill Monroe na parte inicial, depois segue com a voz de John Fogerty. Esta música faz parte do alinhamento do album "Big Mon : The Songs Of Bill Monroe" em homenagem a esse cantor compositor já falecido.


2001 - BLUE RIDGE MOUNTAIN BLUES
É uma nova versão desta música que já tinha gravado em 1973 para o album "The Blue Ridge Rangers". Esta nova versão conta com Earl Scruggs no banjo de 5 cordas. A música está incluída no album "Earl Scruggs & Friends" de Earl Scruggs.


2002 - DIGGY LIGGY LO
É uma música tipicamente caipira oriunda das margens do rio delta e das grandes plantações do algodão. A música está incluída no alinhamento do album "Evangeline Made".


2004 - NOBOBY´S HERE ANYMORE
É uma música que tem a colaboração do ex-Dire Straits, Mark Knopfler, na guitarra, ao longo da música podemos assistir um verdadeiro "dueto" de guitarra entre John Fogerty e Mark Knopfler. A música faz parte do alinhamento do album "Deja Vu" de John Fogerty.


2005 - SWING BLUES # 1
É uma música que conta com Jerry Douglas no dobro. A música está incluída no album "The Best Kept Secret" de Jerry Douglas.


2006 - TRAVELIN´ BAND
É uma nova versão em dueto vocal entre John Fogerty e Jerry Lee Lewis para este velhinho tema dos Creedence Clearwater Revival. A música foi incluída na versão de estúdio do album "Last Man Standing" de Jerry Lee Lewis. Curiosamente também existe uma versão ao vivo desse mesmo album mas com um alinhamento diferente.


2009 - WHEN WILL I BE LOVED
É um dueto vocal entre John Fogerty e Bruce Springsteen para este grande clássico da música country. A música faz parte o alinhamento do album "The Blue Ridge Rangers Rides Again" de John Fogerty.


2009 - GARDEN PARTY
É outro dueto vocal entre John Fogerty e Don Henley com Timothy B. Schmit, ambos da banda EAGLES, para este clássico da música country. A música faz parte do alinhamento do album "The Blue Ridge Rangers Rides Again" de John Fogerty.


2010 - BAD MOON RISING
É uma nova versão em dueto vocal entre John Fogerty e Jerry Lee Lewis para este velho tema dos Creedence Clearwater Revival. A música está incluída no alinhamento do album "Mean Old Man" de Jerry Lee Lewis.


2011 - SWAMP WATER
É um tema instrumental especialmente composto para a banda sonora da série de televisão "The Finder".


NOTA :
Em 2013 John Fogerty lança o album "Wrote A Song For Everyone" que vem repleto de duetos com grandes estrelas da música norte-americana como os Foo Fighters, Keith Urban, Kid Rock, Bob Seger, Brad Paisley, Alan Jackson, Miranda Lambert, Jennifer Hudson e outros tantos mais. Este album já foi alvo de uma postagem aqui neste blogue.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

SAUL ZAENTZ E A FANTASY RECORDS

A Fantasy Records, que mais tarde ficou conhecida como a casa dos creedence (the creedence house), foi fundada em 1948 pelos irmãos Max Weiss e Sol Weiss, ficava situada num pequeno armazém da sua fábrica de plásticos na Tenth and Parker Street, Berkeley - California.
A especialidade da Fantasy Records era a música jazz e o blues, pela qual era conhecida esta pequena editora independente, mais tarde já na década de 60 quando quiseram apostar na música pop rock criaram o selo Scorpion Records para a diferenciar do catálogo principal da Fantasy.
Pelo selo Scorpion Records assinaram contrato com uns jovens de uma banda chamada Visions, que depressa passam a The Golliwogs lançando o seu primeiro disco em 1964, até 1967 os The Golliwogs lançaram quase uma dezena de singles obtendo alguns pequenos sucessos regionais.
Em 1967 o produtor Saul Zaentz junta um grupo de investidores e compra a Fantasy Records e no final desse mesmo ano encerra todas as actividades do selo Scorpion Records passando os seus artistas para o catalogo principal da Fantasy Records.
No inicio de 1968 os The Golliwogs alteram o seu nome para Creedence Clearwater Revival e lançam o seu primeiro disco a sério, o álbum que apenas leva como titulo o nome da banda, este álbum atinge o galardão de disco de ouro em apenas uma semana, estavam abertas as portas do sucesso, tanto para os CCR como também para a própria Fantasy, a produção do álbum está creditada a Saul Zaents, mas mais tarde soube-se que a execução de toda a produção foi da responsabilidade de John Fogerty que não foi creditado neste álbum como produtor.
Entre 1968 a 1969 os CCR já tinham rendido uma verdadeira fortuna à Fantasy Records e Saul Zaentz decide ampliar o velho prédio da Fantasy acrescentando-lhe novos anexos e 3 novos estúdios de gravação, o estúdio D era exclusivo para os CCR, era aí que trabalhavam, ensaiavam e pré-gravavam o material, mas era habitual fazerem a gravação final em outros estúdios fora da Fantasy, afinal a galinha dos ovos de ouro teria de ter alguns privilégios.
Os rendimentos obtidos com a contribuição dos Creedence Clearwater Revival, fizeram a Fantasy passar de uma pequena editora independente para ser uma grande editora independente, mas tinham alguns problemas de distribuição internacional por isso contrataram uma outra editora, Liberty Records, para fazer a distribuição do catalogo da Fantasy Records, é por isso que muitos discos dos CCR foram lançados pelo selo da Liberty Records principalmente na Europa, acabado o contrato com a Liberty, a Fantasy optou por contrato de licenciamento do material a diversas editoras discográficas que tivessem interesse em distribuir esse material.
A partir de 1975 Saul Zaentz com os lucros obtidos passa a investir no cinema, o primeiro filme a produzir foi "One Flew Over The Cuckoo´s Nest - Voando Sobre Um Ninho de Cucos" com Jack Nicholson, e vai explorando o grande filão de ouro chamado CCR em novas compilações discográficas até à exaustão e saturação, simultaneamente começa a fazer o licenciamento das músicas dos CCR para integrar bandas sonoras de filmes, quase sempre de acção, e assim facturando fabulosos lucros.
Na década de 90 transforma grande parte da Fantasy Records em estúdios de cinema, aí entre outras obras cinematográficas produz a saga cinematográfica "Lord of The Rings - O Senhor dos Aneis" e com o crescente sucesso como produtor cinematográfico, Saul Zaentz, vai se desligando cada vez mais da música e do departamento discográfico da Fantasy que entretanto já tinha omitido ou eliminado o "Records" do seu registo comercial.
Em 2004 o departamento de música da Fantasy é vendido à Concord Music por uma grande fortuna, o grande volume do negócio era baseado pela valorização comercial de todo o acervo musical dos CCR, muito embora o acervo da Fantasy seja muito rico na representação das gravações efectuadas no Jazz e Blues, depois da compra pela Concord Music Group, a Fantasy passa a operar na sede da Concord localizada em 100 North Crescent Drive, Beverly Hill - California.
A Fantasy Film Production, que não fez parte do negocio com a Concord Music, passou a designar-se Saul Zaentz Company, continua a operar no mesmo local na cidade de Berkeley, agora é dirigida pelos herdeiros de Saul Zaentz que faleceu a 3 de janeiro de 2014.

                       SAUL ZAENTZ NO SEU ESCRITORIO NA FANTASY RECORDS
              FANTASY RECORDS OFICCE BUILDING AND RECORDING STUDIOS
                                                           FANTASY STUDIO 1970

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

JOHN FOGERTY - OS GRANDES FRACASSOS

JOHN FOGERTY E OS SEUS GRANDES FRACASSOS
Desmotivado pelos seus problemas pessoais e profissionais, e acusado pelos fans de ter sido o responsável da saída de Tom Fogerty dos Creedence Clearwater Revival, e mais tarde do desmantelamento e separação da banda (os fans não perdoam), John Fogerty foi alvo de grandes fracassos comerciais e de má publicidade no inicio da década de 70.
Conheça então quais foram os grandes fracassos comerciais de John Fogerty :


SINGLES :

1972 - SOMEDAY NEVER COMES
Foi o último single dos Creedence Clearwater Revival quando a banda já estava reduzida a trio. A música ainda chegou a entrar na 25ª posição da Chart do Top 100, mas mal conseguiu se aguentar e saiu do Top com a mesma rapidez que entrou em menos de uma semana.


1973 - BLUE RIDGE MOUNTAIN BLUES / I AIN´T NEVER
É um single com dois temas cover de clássicos da música country norte-americana, lançado com o pseudónimo The Blue Ridge Rangers, infelizmente foi um grande fracasso comercial. Ambas as músicas estão incluídas no primeiro álbum a solo de John Fogerty que foi lançado com o pseudónimo THE BLUE RIDGE RANGERS.


1973 - YOU DON´T OWE ME / BACK IN THE HILLS
Foi um single com dois temas originais lançado sob o pseudónimo The Blue Ridge Rangers, embora as músicas tivessem uma boa sonoridade e arranjos idênticos ao Creedence, a coisa não funcionou e virou um grande fracasso comercial, até ao presente John Fogerty nunca mais tocou essas músicas nos seus concertos ao vivo.


1973 - COMIN´DOWN THE ROAD / RICOCHET
Mais um single que foi fracassado muito embora o tema principal seja excelente. John Fogerty ultimamente tem ocasionalmente recuperado este tema, "Comin´Down The Road" em seus concertos ao vivo.


1975 - ROCKIN´ALL OVER THE WORLD / THE WALL
Outro single que fracassou comercialmente, com duas músicas que seguem a mesma linha dos CCR não se compreende muito bem o que levou este single ao fracasso. A música "Rockin´All Over The World" em 1977 obteve grande sucesso com a versão cover da banda Status Quo, e John Fogerty tem recuperado esse tema em seus concertos ao vivo.
Estas duas músicas também estão incluídas no álbum "JOHN FOGERTY" de 1975, que também foi um grande fracasso comercial.


1975 - ALMOST SATURDAY NIGHT / SEA CRUISE
É outro single mal sucedido, um fracasso comercial embora o tema principal seja excelente, por isso John Fogerty tem recuperado o tema "Almost Saturday Night" em seus concertos ao vivo.
Estas duas músicas também estão incluídas no álbum "JOHN FOGERTY" de 1975, que também foi um grande fracasso comercial.


1976 - YOU GOT THE MAGIC / EVIL THING
Este single deve ter sido o maior fracasso comercial de John Fogerty, aqui perde-se toda a "magia" de ligação aos CCR, o que também deve ter contribuído para o seu fracasso. Este foi o último disco de John Fogerty pela restante década de 70 até à primeira metade da década de 80.


ALBUNS :

1973 - THE BLUE RIDGE RANGERS
É o primeiro álbum a solo de John Fogerty composto apenas por temas cover de alguns clássicos da música country norte-americana. Não foi um álbum muito bem sucedido mas também não chegou a ser um fracasso comercial total. Deste álbum foram extraídos dois singles de sucesso moderado "Jambalaya" e "Hearts of Stone" que foram os temas fortes deste álbum que incluía também os temas "Blue Ridge Mountain Blues" e "I Ain´t Never" que foram o primeiro single extraído deste álbum.


1975 - JOHN FOGERTY ALBUM
Apesar de ter sido um fracasso comercial este é um excelente álbum e foi, salvo algumas excepções, o álbum que mais se aproximou do trabalho que John Fogerty tinha feito com os Creedence Clearwater Revival. Estão incluídos no alinhamento deste álbum os temas que foram lançados em single, "Rockin´All Over The World", "The Wall", "Almost Saturday Night" e "Sea Cruise. Terá contribuído para o fracasso deste álbum a falta de divulgação e promoção, disputas em tribunal entre as editoras Fantasy Records e Asylum Records tendo apanhado pelo meio John Fogerty. Hoje é considerado um álbum raro e de culto sendo vendido a preços fora do normal.


1976 - HOODOO
Este álbum não chegou a ser lançado e teve a sua edição cancelada com o acordo de John Fogerty e a editora Asylum Records. Tanto a editora como John Fogerty acharam o álbum fraco demais e de comum acordo as masters-tapes do álbum foram destruídas em 1980 por ordem de John Fogerty. Antes de serem destruídas alguém as copiou e acabaram por aparecer no mercado pirata das bootlegs e ainda pode-se encontra-las nesse mercado paralelo. A editora Asylum chegou a fazer alguns discos promocionais deste álbum, que receberam até a capa oficial antes de decidir cancela-lo, por isso muitas bootlegs trazem a capa original.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

JOHN FOGERTY - ONTEM E HOJE !

É muito frequente ouvir os fans dizerem que a voz de John Fogerty já não é o que era, pois bem, toda aquela potente extensão de voz da sua juventude perdeu-se com o passar dos anos e com o peso da idade, é certo que a voz envelheceu um pouco mas o timbre e o vibrato continuam lá bem intocáveis, em contrapartida John Fogerty hoje está tocando muito melhor guitarra, desde os tempos do Creedence Clearwater Revival até ao presente podemos constatar que ele evoluiu muitíssimo nessa área, e nós podemos verificar isso através dos seus concertos ao vivo, e na falta de oportunidade para isso, podemos consultar os seus dvd´s de concertos ao vivo dos últimos anos, e até discos ao vivo, para tirar provas disso.
Outro aspecto admirável é que apesar de ter atingido o estrelato mundial nunca se esqueceu das suas origens familiares oriundas da classe media trabalhadora, vive uma vida pacata, simples e reservada bem longe das grandes excentricidades que são caracteristicas nas grandes estrelas do showbiz internacional.


JOHN FOGERTY - UMA PARTE MAIS TRISTE DA HISTÓRIA DO ROCK´N`ROLL

Quando John Fogerty deu por terminado a banda Creedence Clearwater Revival em 1972, a editora Fantasy Records e seu presidente executivo Saul Zaents, não deram por terminado o seu contrato com a editora e exigiram-lhe o cumprimento do contrato mesmo em carreira a solo.
John Fogerty era o grande responsável do contrato dos Creedence Clearwater Revival com a Fantasy Records, embora cada um dos elementos tivessem 25% de cota no registo do nome da banda, John Fogerty estava preso ao contrato pela sua genialidade e a editora sabia disso e não queria abrir mão dele.
John Fogerty era obrigado contratualmente a entregar à Fantasy Records 24 músicas por ano, tudo correu bem entre 1968 a 1970, mas em Fevereiro de 1971 é anunciada a saída oficial de Tom Fogerty da banda, que passa a se apresentar como um trio, nesse ano John Fogerty só entrega à editora um single "Sweet Hitch Hiker", os restantes singles que saem nesse ano, na verdade, tinham sido entregues no ano anterior.
Depois da separação dos Creedence Clearwater Revival, e editora Fantasy Records comunica a John Fogerty que este já lhes devia cerca de 50 músicas ao abrigo contratual entre ambas as partes.
Em 1973 sem os Creedence e com muito pouca vontade de se iniciar a solo sob pressão da editora, John Fogerty para cumprir a obrigação contratual entrega à editora um álbum inteiramente composto por versões cover de grandes clássicos da música country norte-americana, que é lançado debaixo do pseudónimo "The Blue Ridge Rangers" em que se destacam os temas "Jambalaya" e "Hearts of Stone".
Ainda em 1973 lança mais um single com dois temas originais "You Don´t Owe Me" e "Back In The Hills" ainda usando o pseudónimo The Blue Ridge Rangers.
A pressão da Fantasy Records continua e John Fogerty entrega-lhes mais um single com dois temas "Comin´Down The Road" e "Ricochet", este último tema é um instrumental, mas desta vez o disco é lançado em nome próprio sem omissões.
Em 1974 John Fogerty entra em litigio judicial contra a Fantasy Records, denuncia um contrato desastroso e reclama direitos autorais que lhe tinham sido sonegados pela Fantasy Records, este litigio judicial levaria quase 30 anos a ser resolvido nas salas dos tribunais.
Em 1975 John Fogerty força a barra e assina com uma nova editora Asylum Records mas logo é processado pela Fantasy Records, em audiência o tribunal decide que a Asylum Records lançaria os futuros discos apenas nos Estados Unidos, Canada e na America Latina, e a Fantasy Records lançaria esse mesmo material na Europa, Austrália e Japão, pelo menos até o litigio ser resolvido em sentença do tribunal.
Com essa parceria forçada por ordem judicial entre ambas as editoras é lançado o álbum "John Fogerty", salvo algumas excepções, este álbum é o trabalho mais parecido com o que fazia no Creedence Clearwater Revival em toda a sua carreira a solo.
Do álbum John Fogerty são extraídos dois singles, o primeiro trazia os temas "Rockin´All Over The World" e "The Wall", e o segundo single com os temas "Almost Saturday Night" e "Sea Cruise", ambos os singles como o álbum foram prejudicados por falta de promoção editorial e mal divulgados pela Fantasy Records como uma vingançazinha contra John Fogerty devido aos factos que ocorriam, hoje em dia o álbum "John Fogerty" é considerado raro e tem preços verdadeiramente exorbitantes e fora do comum.
A música "Rockin´All Over The World" só ficou bem conhecida e obteve grande sucesso em 1977 numa versão cover feita pela banda Status Quo.
Em 1976 John Fogerty lança um novo single com dois temas "You Got The Magic" e "Evil Thing", na contracapa do single ainda se anunciava o lançamento para breve do novo álbum "Hoodoo" mas isso não chegou a se concretizar, o single foi um completo fracasso comercial e foi o pior resultado de sempre na carreira de John Fogerty por isso o novo álbum foi cancelado pela editora em comum acordo com John Fogerty, que depois desapareceria a cena musical activa durante um período de quase dez anos.
As masters-tapes do álbum "Hoodoo" foram destruídas em 1980 por ordem de John Fogerty, mas antes de serem destruídas alguém as copiou e andam a circular no mercado pirata das bootlegs como uma relíquia absoluta.
John Fogerty fez o seu grande regresso em 1985 com o fantástico álbum a solo "Centerfield", mas isso já são contas de um outro rosário.
Mesmo assim em 1985 John Fogerty foi absurdamente processado pela Fantasy Records, acusado de a música "The Old Man Down The Road", deste novo álbum, ser um plágio do tema "Run Through The Jungle" dos Creedence Clearwater Revival, da qual a Fantasy detinha os direitos autorais usurpados contratualmente a John Fogerty, esta é a primeira, e talvez única, vez em que ridiculamente um compositor é acusado e processado judicialmente por se plagiar a si próprio, mas a vingança de Saul Zaentz e da Fantasy Records não pegou, John Fogerty tocou ambas as músicas em tribunal e venceu esse processo.
O assunto entre John Fogerty e Fantasy Records só ficou resolvido em 2004 quando essa editora foi vendida à Concord Music, John Fogerty até assinou contrato com a nova Fantasy /Concord Music e lançou 3 novos álbuns por essa editora, assim chegou ao fim de uma das histórias mais tristes do mundo do rock´n´roll.