Mostrar mensagens com a etiqueta SAUL ZAENTZ. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta SAUL ZAENTZ. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

SAUL ZAENTZ E A FANTASY RECORDS

A Fantasy Records, que mais tarde ficou conhecida como a casa dos creedence (the creedence house), foi fundada em 1948 pelos irmãos Max Weiss e Sol Weiss, ficava situada num pequeno armazém da sua fábrica de plásticos na Tenth and Parker Street, Berkeley - California.
A especialidade da Fantasy Records era a música jazz e o blues, pela qual era conhecida esta pequena editora independente, mais tarde já na década de 60 quando quiseram apostar na música pop rock criaram o selo Scorpion Records para a diferenciar do catálogo principal da Fantasy.
Pelo selo Scorpion Records assinaram contrato com uns jovens de uma banda chamada Visions, que depressa passam a The Golliwogs lançando o seu primeiro disco em 1964, até 1967 os The Golliwogs lançaram quase uma dezena de singles obtendo alguns pequenos sucessos regionais.
Em 1967 o produtor Saul Zaentz junta um grupo de investidores e compra a Fantasy Records e no final desse mesmo ano encerra todas as actividades do selo Scorpion Records passando os seus artistas para o catalogo principal da Fantasy Records.
No inicio de 1968 os The Golliwogs alteram o seu nome para Creedence Clearwater Revival e lançam o seu primeiro disco a sério, o álbum que apenas leva como titulo o nome da banda, este álbum atinge o galardão de disco de ouro em apenas uma semana, estavam abertas as portas do sucesso, tanto para os CCR como também para a própria Fantasy, a produção do álbum está creditada a Saul Zaents, mas mais tarde soube-se que a execução de toda a produção foi da responsabilidade de John Fogerty que não foi creditado neste álbum como produtor.
Entre 1968 a 1969 os CCR já tinham rendido uma verdadeira fortuna à Fantasy Records e Saul Zaentz decide ampliar o velho prédio da Fantasy acrescentando-lhe novos anexos e 3 novos estúdios de gravação, o estúdio D era exclusivo para os CCR, era aí que trabalhavam, ensaiavam e pré-gravavam o material, mas era habitual fazerem a gravação final em outros estúdios fora da Fantasy, afinal a galinha dos ovos de ouro teria de ter alguns privilégios.
Os rendimentos obtidos com a contribuição dos Creedence Clearwater Revival, fizeram a Fantasy passar de uma pequena editora independente para ser uma grande editora independente, mas tinham alguns problemas de distribuição internacional por isso contrataram uma outra editora, Liberty Records, para fazer a distribuição do catalogo da Fantasy Records, é por isso que muitos discos dos CCR foram lançados pelo selo da Liberty Records principalmente na Europa, acabado o contrato com a Liberty, a Fantasy optou por contrato de licenciamento do material a diversas editoras discográficas que tivessem interesse em distribuir esse material.
A partir de 1975 Saul Zaentz com os lucros obtidos passa a investir no cinema, o primeiro filme a produzir foi "One Flew Over The Cuckoo´s Nest - Voando Sobre Um Ninho de Cucos" com Jack Nicholson, e vai explorando o grande filão de ouro chamado CCR em novas compilações discográficas até à exaustão e saturação, simultaneamente começa a fazer o licenciamento das músicas dos CCR para integrar bandas sonoras de filmes, quase sempre de acção, e assim facturando fabulosos lucros.
Na década de 90 transforma grande parte da Fantasy Records em estúdios de cinema, aí entre outras obras cinematográficas produz a saga cinematográfica "Lord of The Rings - O Senhor dos Aneis" e com o crescente sucesso como produtor cinematográfico, Saul Zaentz, vai se desligando cada vez mais da música e do departamento discográfico da Fantasy que entretanto já tinha omitido ou eliminado o "Records" do seu registo comercial.
Em 2004 o departamento de música da Fantasy é vendido à Concord Music por uma grande fortuna, o grande volume do negócio era baseado pela valorização comercial de todo o acervo musical dos CCR, muito embora o acervo da Fantasy seja muito rico na representação das gravações efectuadas no Jazz e Blues, depois da compra pela Concord Music Group, a Fantasy passa a operar na sede da Concord localizada em 100 North Crescent Drive, Beverly Hill - California.
A Fantasy Film Production, que não fez parte do negocio com a Concord Music, passou a designar-se Saul Zaentz Company, continua a operar no mesmo local na cidade de Berkeley, agora é dirigida pelos herdeiros de Saul Zaentz que faleceu a 3 de janeiro de 2014.

                       SAUL ZAENTZ NO SEU ESCRITORIO NA FANTASY RECORDS
              FANTASY RECORDS OFICCE BUILDING AND RECORDING STUDIOS
                                                           FANTASY STUDIO 1970

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

MORRE SAUL ZAENTZ - PRODUTOR DISCOGRÁFICO E CINEMATOGRÁFICO

Chamaram-lhe “o último dos grandes produtores independentes” americanos, muito embora os filmes que tenha produzido não ultrapassem os dedos das duas mãos.
Mas esses filmes chegam e sobram para Saul Zaentz, que morreu em São Francisco na sexta-feira, aos 92 anos de idade, justificar o epíteto: Voando Sobre um Ninho de Cucos, Amadeus, A Insustentável Leveza do Ser, O Paciente Inglês... Filmes em que Hollywood não quis arriscar e que Zaentz financiou quase inteiramente sozinho. Das nove produções com o seu nome, três venceram o Óscar de Melhor Filme.
Filho de imigrantes judeus polacos, que chegou a ganhar dinheiro como jogador profissional e que assegurou os direitos para o cinema das obras de J. R. R. Tolkien O Senhor dos Anéis e O Hobbit, Zaentz começou por deixar marca no mundo da música. Contratado como vendedor na década de 1950 pela discográfica de São Francisco Fantasy, subiria rapidamente na hierarquia até, em 1967, liderar um consórcio de funcionários que comprou a empresa.
Sob a sua direcção, a editora construiu um catálogo de peso na área do jazz, adquirindo pequenas companhias como a Prestige, a Riverside ou a Stax, e assinou contrato com os Creedence Clearwater Revival de John Fogerty, uma das bandas rock americanas de maior sucesso da década de 1970. A banda tornou-se numa “máquina de fazer dinheiro” para a Fantasy, e Zaentz e Fogerty passariam os vinte anos seguintes em litígio judicial, devido ao contrato assinado em 1968.
Não foi a última vez que o nome de Zaentz surgiu ligado aos tribunais: a sua propriedade dos direitos dos romances de Tolkien, assegurada por altura da versão em animação de O Senhor dos Anéis dirigida por Ralph Bakshi em 1978, levou também a uma série de processos opondo o produtor ao estúdio New Line, responsável pelas recentes adaptações assinadas por Peter Jackson.
Zaentz dedicar-se-ia a tempo inteiro ao cinema na década de 1970; a sua primeira produção foi Payday (1972), ambientado no mundo da música country, mas só com Voando sobre um Ninho de Cucos (1975), de Milos Forman, com Jack Nicholson no papel principal, o seu nome é creditado no genérico como produtor.
Um dos filmes mais emblemáticos da “nova Hollywood” dos anos 1970, Voando sobre um Ninho de Cucos foi o primeiro dos três filmes que Zaentz produziu a vencer o Óscar de Melhor Filme. Os outros foram Amadeus (1984), baseado na peça teatral de Anthony Shaffer e também dirigido por Forman, e O Paciente Inglês (1996), de Anthony Minghella, a partir do romance de Michael Ondaatje, com Ralph Fiennes, Kristin Scott Thomas e Juliette Binoche. 
Produziu igualmente A Costa de Mosquito (1986) de Peter Weir, com Harrison Ford; A Insustentável Leveza do Ser (1988) de Philip Kaufman, a partir do romance de Milan Kundera, com Daniel Day-Lewis e Binoche; e A Brincar nos Campos do Senhor (1991) do brasileiro Hector Babenco, um desastre financeiro que forçou à redução da sua actividade de produtor.
O último filme que produziu foi, em 2006, a sua terceira colaboração com Milos Forman, Os Fantasmas de Goya, com Javier Bardem e Natalie Portman; pouco antes, desfizera-se do catálogo da Fantasy, hoje propriedade da multinacional Universal, e encerrara o Saul Zaentz Film Center, estúdio de pós-produção que edificara em São Francisco em 1980.
Zaentz, casado por duas vezes e pai de quatro filhos, morreu em sua casa aos 92 anos de idade, de complicações relacionadas com a doença de Alzheimer.