quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

CCR - A MINHA BANDA DE SEMPRE - DE VOLTA ÀS MINHAS MEMÓRIAS !

Estávamos no inicio da década de 70, antes da Revolução do 25 de Abril de 1974, quando tive contacto pela primeira vez com esta banda, através do meu saudoso amigo Virgilio Teixeira, que era um grande fan dos CCR, o primeiro contacto veio com os discos single vinyl 45 rpm, que era o que o meu já falecido amigo Virgilio Teixeira tinha em casa e por vezes emprestava-me, depois deste primeiro contacto e após à Revolução do 25 de Abril de 1974, eu interessei-me em explorar ainda mais a obra musical desta banda, começando a comprar os seus albuns (discos vinyl 33 rpm) que guardei religiosamente no meu arquivo discográfico, mas também dediquei-me a adquirir os discos a solo que foram lançados por alguns ex-elementos desta banda logo após sua separação em 1972, quando se começou a entrar na era do formato digital a partir da segunda metade da década de 80, comecei por repor e comprar toda a colecção, da banda e a solo, em CD, conforme ia aparecendo no mercado ia comprando até que completei toda a colecção no formato CD, mas os CCR para além de marcar a minha adolescência, também têm passagem por alguns factos históricos na minha vida, um deles aconteceu por volta de 1975, em pleno fervilhão da Revolução do 25 de Abril, nesse tempo não havia Discotecas, apenas bailes organizados pelos amigos, e foi em um desses bailes que tiveram lugar numa garagem na casa de um amigo nosso, na Rua da Levada de Santa Luzia - Funchal, que foi invadida por militantes da UDP (hoje BE) armados de bastões, e começaram a "lavar" em cima de quem estava lá, sem poupar ninguém, a justificação para tão selvático acto foi que estávamos a tocar musica subversiva Norte-Americana, que por acaso o que estava a tocar eram os Creedence Clearwater Revival, quando na época um democrata só podia ouvir José (Zeca) Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco, Samuel, Fausto, Sérgio Godinho etc. etc. etc., Na ocasião dos factos ocorridos eu não estava no recinto (garagem) onde estava a decorrer o baile, tinha saído uns momentos antes para ir à mercearia para comprar alguns refrigerantes e alguma coisa para comer, quando estava na mercearia de facto vi passar o grupo de rufias da UDP de bastões no ar a gritar "A luta, a luta continua, fascistas para rua, imperialismo americano esta ilha não é tua" e "O povo unido jamais será vencido", quando cheguei junto à garagem onde supostamente decorria o baile, o que encontrei foi um grande caos, 2 ambulâncias e 2 carros da policia, e feridos por todo o lado, nunca ninguém foi preso, nunca ninguém foi chamado a responsabilidades, pelos vistos naquela época, a invasão de propriedade privada e agredir os cidadãos era um acto muitíssimo democrático !

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