terça-feira, 30 de junho de 2015

OS ALTOS E BAIXOS DA CARREIRA SOLO DE TOM FOGERTY


Tom Fogerty abandonou os Creedence Clearwater Revival em fevereiro de 1971 devido à falta de oportunidade como compositor e vocalista que lhe era sempre negada na banda.
Ao longo dos anos foi tomado por uma crescente vontade de seguir uma carreira a solo a fim de apresentar os seus trabalhos já que não podia fazê-lo no colectivo e foi a partir daí que nasceu a decisão de sair dos Creedence Clearwater Revival.

Tom Fogerty andava particularmente magoado com o seu irmão mais novo John Fogerty, isto porque foi o vocalista dos The Blue Velvets e The Visions, mais tarde rebatizada de The Golliwogs e ambos os irmãos formavam dupla de compositores nessas bandas que seriam o grande embrião daquilo que viria a chamar-se de Creedence Clearwater Revival a partir de 1968 já debaixo do domínio total de John Fogerty. A banda The Blue Velvets fundada em 1959 inclusive viria a designar-se como Tommy Fogerty And The Blue Velvets com a entrada de Tom Fogerty em 1960.

Ao sair dos Creedence Clearwater Revival em 1971, Tom Fogerty assina contrato a solo com a Fantasy Records, a mesma editora dos Creedence, e lança o single "Goodbye Media Man" uma musica que tinha sido rejeitada em finais de 1970 que Tom Fogerty pretendia que fosse incluída no alinhamento do album "Pendulum" dos Creedence Clearwater Revival que foi lançado em dezembro de 1970.

Este primeiro single "Goodbye Media Man" prometia o inicio de uma brilhante carreira a solo, contudo foi o único disco de Tom Fogerty lançado em 1971 e passa o resto do ano a trabalhar como musico de estudio e produtor musical para outros artistas.
No disco Tom Fogerty é acompanhado pelo organista Merl Saunders e o baterista Bill Vitt, o próprio Tom Fogerty assume as guitarras, incluindo o baixo.

Ainda em 1971 trabalha como produtor no album "Heavy Turbulence" do organista Merl Saunders, lançado pela Fantasy Records e vocaliza um dos temas desse album, a musica "My Problems Got Problems", e também participa como guitarrista neste album que também tem a participação do guitarrista Jerry Garcia, o baixista John Kahn, o baterista Bil Vitt, o organista Merl Saunders entre outros.

Em 1972 participa como guitarrista no album "Cosmo" de Doug Clifford, o ex-baterista dos Creedence Clearwater Revival lançado pela Fantasy Records.

No decorrer de 1972 participa como guitarrista e produtor no album "Slow To 20" de Jim Post, e ainda no album "Selah" de Walter Hawkins, também como guitarrista e produtor, ambos os albuns foram lançados pela Fantasy Records.

O primeiro album a solo só surge em 1972 com o titulo apenas "Tom Fogerty", mas em alguns países teve uma pequena alteração no titulo para "Tom Fogerty Album" e como "Tom Fogerty First Album" em outras edições.
Para muitos este é considerado o melhor album de Tom Fogerty e foi grandemente elogiado pela crítica, e foi talvez o que teve melhores resultados a nível de vendas, mas na minha opinião considero este um muito bom album mas não o melhor album de todos que ele gravou.
Neste primeiro album Tom Fogerty é acompanhado pelo organista Merl Saunders, o baixista John Kahn, o baterista Bill Vitt, o percussionista Billy Mundi, e curiosamente do engenheiro de som Russ Gary na guitarra acustica. Tom Fogerty assume as guitarras e harmonica.
O tema "Goodbye Media Man" não foi incluído originalmente no alinhamento deste album, só em 1999 quando o album foi reeditado em CD é que esse tema foi adicionado ao alinhamento como faixa-bónus.

Ainda em finais de 1972 Tom Fogerty lança o seu segundo album a solo "Excalibur" que é uma espécie de extensão do primeiro album, mas apesar disso este album não teve a mesma grande repercussão junto aos média (ou mídia) como a obtida com o primeiro album.
O album segue em termos musicais práticamente na mesma linha do primeiro e fundem-se em um todo, contudo existe uma pequena alteração no elenco dos músicos de estúdio, neste album é acompanhado pelo guitarrista Jerry Garcia, o organista Merl Saunders, o baixista John Kahn e o baterista Bill Vitt. Tom Fogerty fica nas guitarras base e acustica e também na harmónica.

Em 1973 Tom Fogerty não lança nenhum disco e trabalha como produtor em mais um album de Merl Saunders "Fire Up" e também participa como guitarrista neste album que também tem a participação do guitarrista Jerry Garcia, o baixista John Kahn, o baterista Bil Vitt e naturalmente o organista Merl Saunders entre outros.

Em 1974 regressa aos discos a solo com o seu terceiro album "Zephyr National" que é uma surpresa por se aproximar de uma espécie de reunião dois Creedence Clearwater Revival, pois além de contar com Tom Fogerty na guitarra base ainda conta com John Fogerty na guitarra solista, e ainda o baixista Stu Cook e o baterista Doug Clifford todos ex-creedence. 
O engenheiro de som Russ Gary também participa como guitarrista, o album ainda tem a colaboração de outros músicos.
Neste album surpreende-nos dois temas da autoria de Tom Fogerty "Joyfull Ressurrection" e "Goin´Back To Okeefe Nokee" que parecem terem saído de um album dos Creedence Clearwater Revival talvez porque todos os ex-elementos dessa banda participam nessas canções como se fosse uma reunião a marcar um regresso oficial, que não foi o caso.

Nos finais de 1974 Tom Fogerty lança o seu quarto album a solo "Myopia" que encerra o seu contrato com a Fantasy Records ficando a partir daqui sem editora que o represente.
Neste album Tom Fogerty assume as guitarras e é acompanhado pelo baixista Stu Cook, o baterista Doug Clifford, o pianista Stephen Miller e ainda com a colaboração do engenheiro de som Russ Gary na guitarra. Ainda conta com a colaboração do grupo vocal The Valley Boys.

Em 1975 já sem editora Tom Fogerty funda a banda RUBY formada por Tom Fogerty na voz, guitarra base e harmonica, Randy Oda guitarra solista e teclados, Ed Bogas na guitarra baixo e Bobby Cochran na bateria e gravam o single "Judy Lee" em edição de autor no selo criado por Tom Fogerty Ginseng Records. Uma má distribuição "matou" o disco.
O single "Judy Lee" tinha no Lado B o tema "Baby, What You Want Me To Do ?"

O baixista Ed Bogas é substituído por Anthony Davis no final de 1975.

Em 1976 é lançado o primeiro album da banda RUBY intitulado "Ruby" que incluí no seu alinhamento o tema "Baby, What You Want Me To Do ?" mas deixa de fora do alinhamento o tema "Judy Lee".
Este album que foi lançado em edição de autor pelo selo Ginseng Records e distribuido pela PRB International não teve vendas muito expressíveis.

Em 1977 Tom Fogerty participa como guitarrista convidado no album ao vivo "Merl Saunders And Friends" do organista Merl Saunders.

Em 1978 a banda RUBY lança o seu segundo album "Rock´N´Roll Madness" de novo em edição de autor pelo selo Ginseng Records e distribuido pela PRB International.
Sem obter vendas muito expressíveis este album marca a separação da banda RUBY em 1978.

Em 1980 Tom Fogerty regressa à Fantasy Records depois de ter apresentado a maqueta do excelente album "Deal It Out" a essa editora e é assinado um contrato no valor de 150 mil dolares anuais para a entrega de 3 novos albuns. Tom Fogerty que lança o album "Deal It Out" nesse mesmo ano. Na minha opinião este é o melhor album da carreira de Tom Fogerty.

Em 1983 é lançada uma bootleg (disco pirata) "Tom Fogerty Live In California 1982" gravado ao vivo num concerto intimista no Civic Center - San Francisco - California.
Este album nunca foi lançado em edição oficial.

Em 1984 a Fantasy Records lança o album "Precious Gems" que também foi editado com o titulo "Tom Fogerty + Ruby : Precious Gems", é uma compilação que supostamente reúne os melhores temas de Tom Fogerty gravados com a banda RUBY, incluindo o tema "Judy Lee".

Em 1986 Tom Fogerty Participa como guitarrista no mini-album "New Orleans Lady" de Jeff Fogerty, o seu filho mais velho que também é musico.

Em 1992 a Fantasy Records lança póstumamente o album "Sidekicks" dois anos após a morte prematura de Tom Fogerty aos 48 anos ocorrida em 1990.
Na verdade este último album de originais de Tom Fogerty foi gravado em 1988 e esteve quase quatro anos à espera de ser lançado pela editora.
O album tem a colaboração do guitarrista Randy Oda, o baterista Kevin Oda, o baixista Jeff Fogerty (seu filho) e o próprio Tom Fogerty nas guitarras base e acustica.
Kevin Oda também foi o programador dos sintetizadores e Randy Oda é um dos ex-elementos da banda RUBY.

O album "Sidekicks" também foi editado com o titulo "Tom Fogerty And Randy Oda Sidekicks" porque Randy Oda divide a autoria das composições em dupla com Tom Fogerty como se fosse um renascer da banda RUBY mas os resultados a nível musical são bem diferentes e distintos.

Em 1992 é lançado o album "Merl Saunders And Friends - Fire Up +" com a participação de Tom Fogerty como guitarrista e produtor. Este album é o resultado da fusão de dois albuns de Merl Saunders que foram produzidos por Tom Fogerty, "Heavy Turbulence" de 1971 e "Fire Up" de 1973. O album contém o tema "My Problems Got Problems" vocalizado por Tom Fogerty e foi lançado pela Fantasy Records.

Em 1997 é lançado pela Fantasy Records o album "Keepers" de Merl Saunders que tem a participação de Tom Fogerty como guitarrista e produtor. Este é um album póstumo que é editado sete anos depois da morte de Tom Fogerty ocorrida aos 48 anos em 1990.
Entretanto Merl Saunders também já faleceu aos 74 anos de idade em 2008.

Em 1999 é lançado pela Varèse Sarabande Records o album "The Very Best Of Tom Fogerty" com o material licençiado à Fantasy Records.
É pena que esta compilação tenha deixado de fora do seu alinhamento o tema "Goin´Back To Okeefe Nokee" que é um dos temas chave na carreira de Tom Fogerty.

Até hoje não se compreende muito bem porque é que Tom Fogerty abandonou os Creedence Clearwater Revival bem no auge da carreira da banda. Ele poderia fazer a sua carreira a solo em paralelo com a actividade da banda. Depois também não se compreende porque é que ele abandonou a sua carreira bem no seu auge para formar a banda RUBY que não lhe trouxe benefício algum a nível de sucesso.
Quando regressou à sua carreira a solo em 1980 com o excelente album "Deal It Out" foi um bocadinho tarde porque o seu estado de saúde agravou-se muitissimo e não deu continuidade ao seu regresso aos grandes discos, na minha opinião "Deal It Out" foi o seu último grande album.

A banda RUBY era uma banda muitissimo inferior aos Creedence Clearwater Revival.



5 comentários:

  1. Sou fa de creedence e John Fogerty ha muito tempo. Mas confesso que nao conheco absolutamente nada de Tom Fogerty fora do Creedence.
    Após ler alguma coisa por aqui vou atras pra escutar.
    Sou do tipo que compra o CD original. Sabe me dizer se encontro Tom Fogerty com certa facilidade?
    Pergunto porque encontrar John Fogerty ja nao foi tao facil.
    O disco auto entitulado de 1975 em CD por exemplo foi uma epopeia (e me custou uma pequena fortuna) pra conseguir o original.

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    1. Caro Sergio
      Desculpe o grande atraso em responder-lhe, mas só vi a sua mensagem agora. De facto os álbuns do Tom Fogerty são muito difíceis de encontrar à venda. Comprei os meus em estado novo e ainda selados no site da Amazon.uk (Inglaterra), mas os preços foram idênticos aos praticados no mercado negro, mesmo assim comprei porque são uma raridade.

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  2. Sou fa de creedence e John Fogerty ha muito tempo. Mas confesso que nao conheco absolutamente nada de Tom Fogerty fora do Creedence.
    Após ler alguma coisa por aqui vou atras pra escutar.
    Sou do tipo que compra o CD original. Sabe me dizer se encontro Tom Fogerty com certa facilidade?
    Pergunto porque encontrar John Fogerty ja nao foi tao facil.
    O disco auto entitulado de 1975 em CD por exemplo foi uma epopeia (e me custou uma pequena fortuna) pra conseguir o original.

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  3. CARO SERGIO
    agradeço a sua visita ao blog. Salvo raras excepções a música do Tom Fogerty pouco tem a ver com a sonoridade dos CCR, mas aconselho o CD The Very Best Of Tom Fogerty porque creio que irá gostar. A maior possibilidade de conseguir este CD é na loja online da Amazon. Um Abraço.
    Observações : Os CD do Tom Fogerty não são fáceis de encontrar.

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  4. SERGIO
    Esse álbum de John Fogerty de 1975 de facto custa uma pequena fortuna porque é uma autentica raridade e está presentemente descatalogado por motivo de disputas entre editoras discográficas, assunto que já falei aqui no blog. O meu também custou uma fortuna mas hoje se eu quiser posso o vender pelo triplo daquilo que paguei porque existe muita procura e pouca "oferta", mas claro que não o vou vender. Esse álbum a solo de John Fogerty foi o mais se aproximou daquilo que ele fez nos Creedence Clearwater Revival, acho um muito bom álbum.

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