Em 1975 John Fogerty concedeu uma das suas raras entrevistas após a separação dos Creedence Clearwater Revival, numa altura em que estava lançando o seu segundo album a solo "John Fogerty" pela editora Asylum Records.
MM - John, você está lançando o seu novo album a solo, quais são as suas expectativas ?
JF - Espero que tudo corra bem, mas estamos a ser processados pela minha antiga editora.
MM - Em que se baseia essa acusação ?
JF - A Fantasy Records alega a minha ligação à editora através do antigo contrato dos CCR.
MM - Como isso é possível ?
JF - Eles alegam que contratualmente ainda lhes devo no mínimo 8 albuns.
MM - E a Asylum Records também está sendo processada ?
JF - Sim, a Asylum foi arrastada para o processo por ter assinado um contrato comigo e pelo lançamento deste album.
MM - Você já tinha lançado um primeiro album a solo pela Fantasy ?
JF - Sim, lancei um album de covers de musica country usando o pseudónimo The Blue Ridge Rangers para me distanciar um pouco dos CCR.
MM - Porquê um album só de covers da música country ?
JF - O album é uma homenagem à minha mãe que era uma grande fan da musica country.
MM - O album teve uma aceitação moderada, esperava melhor ?
JF - Não, o sucesso relativo desse album foi o que se espera de um album de musica country.
MM - Como é que nasceu a ideia para esse album ?
JF - Os CCR ensaiavam muito, umas 8 horas por dia, para relaxar divertia-nos a tocar clássicos da música country e foi a partir daí que nasceu esta ideia depois da separação dos CCR.
MM - Ainda como The Blue Ridge Rangers chegou a lançar um novo single não incluído nesse album ?
JF - Sim, depois do lançamento do album lançei um novo single com 2 temas originais "You Don´t Owe Me" e "Back In The Hills" que foi mal promovido pela editora que já tinha entrado em litígio comigo e acabou por descatalogar o disco.
MM - Isso naturalmente o chateou ?
JF - Não muito, até porque eu estava a tentar livrar-me do contrato com essa editora, mas não deixei de ficar surpreendido por terem boicotado o disco, eles reclamavam que eu ainda lhes devia 8 albuns.
MM - Isso aconteceu também com o disco seguinte que lançou já em nome próprio ?
JF - Sim, em 1973 lancei um novo single com o original "Comin´Down The Road" que além da editora Fantasy o ter lançado com uma muito má prensagem que "matou" o disco ainda o boicotou acabando também por o descatalogar.
MM - Isso fez-lhe mudar de editora ?
JF - Era inevitável, mas mudar de editora era um desejo antigo que já vinha dos tempos dos CCR já que eles negavam renegociar o contrato com melhores vantagens para nós.
MM - Há alguma possibilidade de reunião dos CCR ?
JF - Enquanto decorrer no tribunal o litígio que me opõe contra a Fantasy e Saul Zaents isso nunca acontecerá porque isso significa voltar a trabalhar para eles, o tribunal terá primeiro que se pronunciar se o contrato que eles alegam possuir se é legalmente válido ao não.
MM - Mas assinou contrato com a Asylym ?
JF - Sim, mas para isso tive de abrir mão dos direitos de autor de muitas canções dos CCR a favor da Jondora Music, a publisher controlada pela Fantasy Records, foi a maneira que eles encontraram para poder continuar a me roubar.
MM - Existe alguma forma legal nisso ?
JF - Meus advogados e consultores jurídicos dizem que não, por isso estão a tratar disso nas salas do tribunal.
MM - No ano passado (1974) participou no album "Zephyr National" de seu irmão Tom Fogerty lançado pela Fantasy, que também tem a participação de Doug Clifford e Stu Cook, isso é curioso já que veio a público que as vossas relações não são das melhores, certo ?
JF - As minhas relações com Tom, Doug e Stu, de facto não são as melhores, eles colocaram-se contra mim e apoiam as decisões de Saul Zaentz e a Fantasy tudo isso por uma questão economica financeira, então isso acabou por quebrar aquela grande e velha amizade que existia entre nós no passado.
MM - E a sua participação no album do Tom ?
JF - Eu tinha ido aos escritórios da Fantasy tratar de uns assuntos legais e alguém disse-me que Tom estava no antigo estudio de ensaio dos CCR a gravar o seu novo album, como precisava de levantar algum material meu que estava lá a apanhar pó, desci até ao estudio, e encontrei-os todos lá, o meu irmão Bob aproveitou para tirar algumas fotografias, depois o Tom pediu-me para eu "meter" a guitarra em dois ou três temas, acabei por aceitar fazê-lo com a condição de ser no meu estúdio particular, então o Tom passou-me as bobines com a sessão ritmica já gravada que levei para o meu estúdio e gravei os overdubs de guitarra em 3 temas, foi isso que na verdade aconteceu.
MM - E qual é o conceito deste novo album a solo ?
JF - Neste album tentei fazer uma aproximação à sonoridade dos CCR, mas também tem algumas influências da musica soul e country, acho que é um bom album bastante equilibrado.
MM - Bem... John, boa sorte para este novo trabalho.
JF - Obrigado !
NOTA :
Devido o litígio legal entre John Fogerty e a Fantasy Records, envolvendo também a Asylum, a distribuição e promoção do album "JOHN FOGERTY" de 1975 ficou bastante comprometida e o album não fez o sucesso esperado devido a isso, mas é um bom album e talvez é o album de John Fogerty que mais se aproximou daquilo que ele já tinha feito nos CCR (Creedence Clearwater Revival), no conceito geral poderia ter sido um novo album dos CCR.
Por via legal a distribuição deste album ficou a cargo da Asylum Records nos Estados Unidos da America e pela Fantasy Records na Europa o que complicou a sua divulgação em maior escala. Hoje é considerado um album de culto e vendido a preços "proíbidos".
sábado, 7 de março de 2015
quinta-feira, 5 de março de 2015
JOHN FOGERTY - A FORÇA MOTRIZ DOS CCR
John Cameron Fogerty, nascido a 28 de maio de 1945, foi a força motriz por trás dos CCR (Creedence Clearwater Revival), sem o seu talento para a composição, arranjos e produção musical, aliado à força da sua potente voz, muito dificilmente os CCR teriam alcançado o enorme sucesso que conheceram em 5 anos de sua existência e que ainda se mantém passados mais de 40 anos após a sua separação.
Entre 1969 a 1971 foram considerados a melhor banda dos Estados Unidos da América, quando da sua separação em 1972 a sua popularidade tinha baixado, mas após a separação a sua popularidade disparou de novo e prolongou-se até aos dias de hoje.
A editora discográfica Fantasy Records passou de pequena editora independente a grande editora independente devido aos lucros que obteve com as gravações dos CCR, ou seja pelo trabalho intelectual de John Fogerty que se tornou um fenómeno musical.
Pode encontrar pormenores mais específicos acerca de John Fogerty e os CCR em outros artigos já publicados neste blogue.
John Fogerty em 1961 com 16 anos de idade
John Fogerty em 1963 com 18 anos de idade
John Fogerty em 1967 no serviço militar na guarda costeira com 22 anos de idade
John Fogerty em 1965 com 20 anos de idade
John Fogerty em 1966 com 21 anos de idade
John Fogerty em 1957 com 12 anos de idade
John Fogerty em 1947 com 2 anos de idade aproximadamente
John Fogerty em 1968 com 23 anos de idade
Entre 1969 a 1971 foram considerados a melhor banda dos Estados Unidos da América, quando da sua separação em 1972 a sua popularidade tinha baixado, mas após a separação a sua popularidade disparou de novo e prolongou-se até aos dias de hoje.
A editora discográfica Fantasy Records passou de pequena editora independente a grande editora independente devido aos lucros que obteve com as gravações dos CCR, ou seja pelo trabalho intelectual de John Fogerty que se tornou um fenómeno musical.
Pode encontrar pormenores mais específicos acerca de John Fogerty e os CCR em outros artigos já publicados neste blogue.
John Fogerty em 1961 com 16 anos de idade
John Fogerty em 1963 com 18 anos de idade
John Fogerty em 1967 no serviço militar na guarda costeira com 22 anos de idade
John Fogerty em 1965 com 20 anos de idade
John Fogerty em 1966 com 21 anos de idade
John Fogerty em 1957 com 12 anos de idade
John Fogerty em 1947 com 2 anos de idade aproximadamente
John Fogerty em 1968 com 23 anos de idade
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - 1972 O CAPITULO FINAL
O ano de 1972 marcou o capitulo final na carreira desta banda com a edição do seu último álbum "Mardi Gras" lançado em abril de 1972.
O guitarrista ritmo (base), Tom Fogerty, tinha abandonado oficialmente a banda em fevereiro de 1971, deixando a banda reduzida a trio, que assim continuaram por quase dois anos com John Fogerty na guitarra solo e base, Stu Cook no baixo e Doug Clifford na bateria.
Com a formação reduzida lançam em 1971 o seu último grande sucesso, o single "Sweet Hitch-Hiker" atingindo a 6ª posição do nas charts do top norte-americano, e partem para a grande digressão europeia, uma exaustiva Tour que os levou a vários países da europa entre 1971 a 1972, mas também extensível à Austrália e ao Japão.
A grande digressão europeia passou pela Alemanha, França, Holanda, Suecia, Inglaterra, Espanha, Áustria e Itália, com concertos ao vivo em diversas cidades destes países.
No inicio de 1972 lançam o novo single "Someday Never Comes" que fica apenas uma semana nas charts ocupando apenas a 25ª posição do Top, uma grande desilusão para banda habituada a ocupar as posições cimeiras nas charts dos tops durante várias semanas, e agora vê-se mal se aguentando uma semana numa posição muito inferior às anteriormente conseguidas, e logo de seguida desaparecento da tabela tão rapidamente como entrou, esta foi a pior posição obtida pelos CCR nas charts dos tops norte-americanos.
O último álbum "Mardi Gras" surge em abril de 1972, a revista da especialidade Rolling Stone Magazine, considerou este o pior álbum produzido por uma grande banda de topo, claro que esta opinião não corresponde à verdade, mas ajudou para a má aceitação do álbum depois desta critica negativa, apesar de tudo o álbum vendeu mais de um milhão de exemplares e foi certificado com o galardão Disco de Ouro.
Na verdade o álbum "Mardi Gras" mal era reconhecido como "Creedence", à excepção das canções de John Fogerty, as restantes canções distanciavam-se muito dos CCR de outrora, neste álbum foi delegado a cada um dos elementos da banda a responsabilidade das suas próprias canções na composição, produção, arranjos e vocalização, o que acontecia pela primeira vez na vida desta banda desde 1968, em que John Fogerty era o único responsável por toda a parte criativa desta banda.
O álbum "Mardi Gras" conta com 4 canções de John Fogerty (sendo uma delas um cover), mais 3 canções de Stu Cook, e finalmente 3 canções de Doug Clifford, o resultado foi desastroso se tivermos em conta os padrões habituais da banda, mas isto não leva a que seja mesmo um mau álbum, é apenas um álbum bem diferente de tudo o que já tinham feito.
No final de julho de 1972 é anunciado pela editora Fantasy Records a separação oficial dos Creedence Clearwater Revival, uma decisão de John Fogerty que pretendia seguir uma carreira a solo, um ano depois da separação a editora lança o álbum "Live In Europe" editado em setembro de 1973, com alguns momentos dos concertos feitos durante a grande digressão europeia de 1971 / 1972, com este álbum encerra oficialmente toda a actividade discográfica da banda com a formação reduzida a trio, foram os derradeiros momentos finais de uma das mais queridas bandas da América, o capitulo final de uma grande banda norte-americana.
O guitarrista ritmo (base), Tom Fogerty, tinha abandonado oficialmente a banda em fevereiro de 1971, deixando a banda reduzida a trio, que assim continuaram por quase dois anos com John Fogerty na guitarra solo e base, Stu Cook no baixo e Doug Clifford na bateria.
Com a formação reduzida lançam em 1971 o seu último grande sucesso, o single "Sweet Hitch-Hiker" atingindo a 6ª posição do nas charts do top norte-americano, e partem para a grande digressão europeia, uma exaustiva Tour que os levou a vários países da europa entre 1971 a 1972, mas também extensível à Austrália e ao Japão.
A grande digressão europeia passou pela Alemanha, França, Holanda, Suecia, Inglaterra, Espanha, Áustria e Itália, com concertos ao vivo em diversas cidades destes países.
No inicio de 1972 lançam o novo single "Someday Never Comes" que fica apenas uma semana nas charts ocupando apenas a 25ª posição do Top, uma grande desilusão para banda habituada a ocupar as posições cimeiras nas charts dos tops durante várias semanas, e agora vê-se mal se aguentando uma semana numa posição muito inferior às anteriormente conseguidas, e logo de seguida desaparecento da tabela tão rapidamente como entrou, esta foi a pior posição obtida pelos CCR nas charts dos tops norte-americanos.
O último álbum "Mardi Gras" surge em abril de 1972, a revista da especialidade Rolling Stone Magazine, considerou este o pior álbum produzido por uma grande banda de topo, claro que esta opinião não corresponde à verdade, mas ajudou para a má aceitação do álbum depois desta critica negativa, apesar de tudo o álbum vendeu mais de um milhão de exemplares e foi certificado com o galardão Disco de Ouro.
Na verdade o álbum "Mardi Gras" mal era reconhecido como "Creedence", à excepção das canções de John Fogerty, as restantes canções distanciavam-se muito dos CCR de outrora, neste álbum foi delegado a cada um dos elementos da banda a responsabilidade das suas próprias canções na composição, produção, arranjos e vocalização, o que acontecia pela primeira vez na vida desta banda desde 1968, em que John Fogerty era o único responsável por toda a parte criativa desta banda.
O álbum "Mardi Gras" conta com 4 canções de John Fogerty (sendo uma delas um cover), mais 3 canções de Stu Cook, e finalmente 3 canções de Doug Clifford, o resultado foi desastroso se tivermos em conta os padrões habituais da banda, mas isto não leva a que seja mesmo um mau álbum, é apenas um álbum bem diferente de tudo o que já tinham feito.
No final de julho de 1972 é anunciado pela editora Fantasy Records a separação oficial dos Creedence Clearwater Revival, uma decisão de John Fogerty que pretendia seguir uma carreira a solo, um ano depois da separação a editora lança o álbum "Live In Europe" editado em setembro de 1973, com alguns momentos dos concertos feitos durante a grande digressão europeia de 1971 / 1972, com este álbum encerra oficialmente toda a actividade discográfica da banda com a formação reduzida a trio, foram os derradeiros momentos finais de uma das mais queridas bandas da América, o capitulo final de uma grande banda norte-americana.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
A EXPOSIÇÃO MUSEOLÓGICA DE JOHN FOGERTY
John Fogerty tem feito uma espécie de museu itinerante em alguns espaços por onde passa dando oportunidade aos fans para apreciarem parte dos seus instrumentos de trabalho, nomeadamente algumas das suas guitarras e outros instrumentos de corda e amplificadores, como também parte da sua indumentária que costuma usar em palco, tais como, camisas, chapéus, botas, casacos, cintos etc., aproveita também para fazer a exposição de seus discos vinil, cd´s e dvd´s e outro material relacionado.
A exposição também exibe alguns artigos usados pela sua mulher Julie Fogerty, como por exemplo, vestidos e sapatos.
Estas exposições costumam acontecer em espaços reservados junto à entrada das salas onde ele vai dar os seus concertos ao vivo.
John Fogerty publicou o seguinte no seu Facebook, "A Julie por vezes chama-me maníaco por ter uma grande colecção de guitarras, vocês deviam ver a sua (dela) colecção de sapatos !".
Alguns artigos pessoais de John Fogerty em exposição
Exposição de alguns artigos pessoais de John Fogerty e Julie Fogerty
Vista panorâmica da exposição museológica de John Fogerty
A guitarra de John Fogerty e os sapatos de Julie Fogerty
Gibson John Fogerty´s Special oferecida por Julie Fogerty
Um dos aspectos do museu de John Fogerty
A exposição também exibe alguns artigos usados pela sua mulher Julie Fogerty, como por exemplo, vestidos e sapatos.
Estas exposições costumam acontecer em espaços reservados junto à entrada das salas onde ele vai dar os seus concertos ao vivo.
John Fogerty publicou o seguinte no seu Facebook, "A Julie por vezes chama-me maníaco por ter uma grande colecção de guitarras, vocês deviam ver a sua (dela) colecção de sapatos !".
Alguns artigos pessoais de John Fogerty em exposição
Exposição de alguns artigos pessoais de John Fogerty e Julie Fogerty
Vista panorâmica da exposição museológica de John Fogerty
A guitarra de John Fogerty e os sapatos de Julie Fogerty
Gibson John Fogerty´s Special oferecida por Julie Fogerty
Um dos aspectos do museu de John Fogerty
domingo, 16 de novembro de 2014
FANTASY / SAUL ZAENTZ & CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - TUDO PELO DINHEIRO
O assunto que envolvia os Creedence Clearwater Revival, Saul Zaentz e a editora discográfica Fantasy Records contra John Fogerty é bastante complexo e estima-se que a Fantasy arrecadou acima de 200 milhões de dólares em lucros de vendas de discos, licenças para utilização dessas músicas em bandas sonoras de filmes e controlo dos direitos autorais e de propriedade, que foram usurpados ao então inexperiente John Fogerty por via de uma "armadilha" contratual muito pouco clara e transparente.
No inicio Saul Zaentz foi uma espécie de mecenas que financiou a banda para comprar material e instrumentos melhores para pudessem trabalhar profissionalmente em melhores condições, acreditou e apoiou fortemente a banda, muito especialmente o jovem talentoso John Fogerty. Mas se inicialmente foi um grande mecenas para os Creedence Clearwater Revival poucos anos mais tarde tornou-se o grande carrasco e inimigo do genial John Fogerty quanto este finalmente abriu os olhos e viu que estava a ser controlado por um contrato financeiramente desastroso para ele em beneficio de Saul Zaentz e da editora Fantasy Records.
É certo que os Creedence Clearwater Revival na fase inicial foram muito ajudados pelo apoio do CEO da Fantasy Records, Saul Zaentz, que era também o proprietário maioritário dessa editora, mas ele sabia bem que tinha ali uma galinha dos ovos de ouro chamada Creedence Clearwater Revival com particular atenção no jovem John Fogerty.
O jovem e inexperiente em assuntos legais, John Fogerty, confiava muito em Saul Zaentz e com base nessa confiança assinou um contrato com a Fantasy Records que mais tarde se revelaria muito desastroso para John Fogerty.
Numa das alíneas desse contrato estipulava que a banda ficava sob controlo da Fantasy Records e que todo o material entregue ficava propriedade da editora, além da cedência dos direitos autorais pelo prazo máximo de 3 anos mediante ao pagamento de uma percentagem como compensação.
Uma outra alínea em letras miudinhas revelou-se em uma grande armadilha para John Fogerty, ela estipulava que após os 3 anos de contrato os direitos autorais passavam integralmente para a posse da Fantasy Records sem direito a qualquer pagamento de compensação.
Entre 1971 e 1972 John Fogerty tentou diversas vezes assinar um melhor contrato com a Fantasy Records, mas Saul Zaentz sempre recusou essa revisão contratual, ao não conseguir um contrato mais vantajoso para ele e para a banda, John Fogerty opta pela dissolução dos Creedence Clearwater Revival decorria o ano de 1972 quando se deu essa separação, no entanto o contrato entre a Fantasy e John Fogerty só chegava ao seu termo em 1980, por isso John Fogerty foi obrigado por via contratual a lançar os seus primeiros trabalhos a solo pela Fantasy Records enquanto travava uma grande batalha legal contra essa editora nas salas dos tribunais.
Em 1975 John Fogerty assina contrato com a Asylum Records, mas na verdade o seu contrato com a Fantasy Records ainda era válido e o assunto foi bater à barra do tribunal com a Fantasy a processar judicialmente John Fogerty e a Asylum, o assunto fica resolvido provisoriamente com Fantasy a ter os direitos de distribuição discográfica na Europa, Austrália e Japão, enquanto a Asylum fica com os direitos de distribuição na America do Norte, Canada e America do Sul (America Latina) é assim que é lançado o álbum "John Fogerty" em 1975.
Todos esses problemas legais levam John Fogerty e a editora Asylum a cancelar o álbum "Hoodoo" em 1976 e John Fogerty desaparece de cena até ao ano de 1985.
Entretanto a Asylum Records é vendida ao grupo Warner Bros, e é pela Warner Records que John Fogerty faz o seu triunfante regresso em 1985 com o álbum "Centerfield".
A batalha legal de John Fogerty contra a Fantasy Records e Saul Zaentz levou 30 anos a ser resolvida nos tribunais e foram 32 anos de luta para reaver os seus direitos relacionados com a sua obra intelectual, durante todo esse tempo viu os seus ex-companheiros de banda, Stu Cook e Doug Clifford juntamente com seu irmão Tom Fogerty, se voltarem contra ele e se colocarem ao lado de Saul Zaentz e da Fantasy Records.
Tom Fogerty, Stu Cook e Doug Clifford tinham cada um 25% dos direitos de imagem e registo da marca Creedence Clearwater Revival, John Fogerty detém os restantes 25 %, e estavam em vantagem de maioria para se colocarem ao lado de Saul Zaentz contra John Fogerty, e a Fantasy Records pagou-lhes muitíssimo dinheiro por isso.
John Fogerty deixou de falar com Stu Cook, Doug Clifford e com seu irmão Tom Fogerty por volta de 1981, mas em 1990 John Fogerty visitou Tom Fogerty no hospital pouco antes deste falecer, Tom disse "John, eu vou estar sempre do lado do Saul porque ele é o meu melhor amigo", John Fogerty tem contado este episódio em diversas entrevistas.
Diz-se que a partir de 1981 os maiores inimigos de John Fogerty foram o Stu Cook e Tom Fogerty, ainda hoje Stu Cook revela algumas atitudes de grande inimigo de John Fogerty, já Doug Clifford não gosta muito de se manifestar e até tem declarado que admirava muito John Fogerty.
Em 2004 a Fantasy Records é vendida à Concord Music Group e chega ao fim o grande calvário de John Fogerty que de acordo entre ambas as partes foi indemnizado com 2,5 milhões de dólares e viu ser restituído 50% dos direitos de autor referentes às músicas compostas por ele nos Creedence Clearwater Revival, chegava assim ao fim a maior e mais longa batalha judicial da história da música.
John Fogerty foi o compositor autor, arranjador e produtor de quase todas as músicas dos Creedence Clearwater Revival e durante cerca de 30 anos foi o que menos lucrou com isso enquanto os seus ex-parceiros de banda recebiam rios de dinheiro da Fantasy Records por terem participado apenas como músicos na obra intelectual musical de John Fogerty.
Uma história verídica de amizades desfeitas e traições, tudo pela ganância do dinheiro.
No inicio Saul Zaentz foi uma espécie de mecenas que financiou a banda para comprar material e instrumentos melhores para pudessem trabalhar profissionalmente em melhores condições, acreditou e apoiou fortemente a banda, muito especialmente o jovem talentoso John Fogerty. Mas se inicialmente foi um grande mecenas para os Creedence Clearwater Revival poucos anos mais tarde tornou-se o grande carrasco e inimigo do genial John Fogerty quanto este finalmente abriu os olhos e viu que estava a ser controlado por um contrato financeiramente desastroso para ele em beneficio de Saul Zaentz e da editora Fantasy Records.
É certo que os Creedence Clearwater Revival na fase inicial foram muito ajudados pelo apoio do CEO da Fantasy Records, Saul Zaentz, que era também o proprietário maioritário dessa editora, mas ele sabia bem que tinha ali uma galinha dos ovos de ouro chamada Creedence Clearwater Revival com particular atenção no jovem John Fogerty.
O jovem e inexperiente em assuntos legais, John Fogerty, confiava muito em Saul Zaentz e com base nessa confiança assinou um contrato com a Fantasy Records que mais tarde se revelaria muito desastroso para John Fogerty.
Numa das alíneas desse contrato estipulava que a banda ficava sob controlo da Fantasy Records e que todo o material entregue ficava propriedade da editora, além da cedência dos direitos autorais pelo prazo máximo de 3 anos mediante ao pagamento de uma percentagem como compensação.
Uma outra alínea em letras miudinhas revelou-se em uma grande armadilha para John Fogerty, ela estipulava que após os 3 anos de contrato os direitos autorais passavam integralmente para a posse da Fantasy Records sem direito a qualquer pagamento de compensação.
Entre 1971 e 1972 John Fogerty tentou diversas vezes assinar um melhor contrato com a Fantasy Records, mas Saul Zaentz sempre recusou essa revisão contratual, ao não conseguir um contrato mais vantajoso para ele e para a banda, John Fogerty opta pela dissolução dos Creedence Clearwater Revival decorria o ano de 1972 quando se deu essa separação, no entanto o contrato entre a Fantasy e John Fogerty só chegava ao seu termo em 1980, por isso John Fogerty foi obrigado por via contratual a lançar os seus primeiros trabalhos a solo pela Fantasy Records enquanto travava uma grande batalha legal contra essa editora nas salas dos tribunais.
Em 1975 John Fogerty assina contrato com a Asylum Records, mas na verdade o seu contrato com a Fantasy Records ainda era válido e o assunto foi bater à barra do tribunal com a Fantasy a processar judicialmente John Fogerty e a Asylum, o assunto fica resolvido provisoriamente com Fantasy a ter os direitos de distribuição discográfica na Europa, Austrália e Japão, enquanto a Asylum fica com os direitos de distribuição na America do Norte, Canada e America do Sul (America Latina) é assim que é lançado o álbum "John Fogerty" em 1975.
Todos esses problemas legais levam John Fogerty e a editora Asylum a cancelar o álbum "Hoodoo" em 1976 e John Fogerty desaparece de cena até ao ano de 1985.
Entretanto a Asylum Records é vendida ao grupo Warner Bros, e é pela Warner Records que John Fogerty faz o seu triunfante regresso em 1985 com o álbum "Centerfield".
A batalha legal de John Fogerty contra a Fantasy Records e Saul Zaentz levou 30 anos a ser resolvida nos tribunais e foram 32 anos de luta para reaver os seus direitos relacionados com a sua obra intelectual, durante todo esse tempo viu os seus ex-companheiros de banda, Stu Cook e Doug Clifford juntamente com seu irmão Tom Fogerty, se voltarem contra ele e se colocarem ao lado de Saul Zaentz e da Fantasy Records.
Tom Fogerty, Stu Cook e Doug Clifford tinham cada um 25% dos direitos de imagem e registo da marca Creedence Clearwater Revival, John Fogerty detém os restantes 25 %, e estavam em vantagem de maioria para se colocarem ao lado de Saul Zaentz contra John Fogerty, e a Fantasy Records pagou-lhes muitíssimo dinheiro por isso.
John Fogerty deixou de falar com Stu Cook, Doug Clifford e com seu irmão Tom Fogerty por volta de 1981, mas em 1990 John Fogerty visitou Tom Fogerty no hospital pouco antes deste falecer, Tom disse "John, eu vou estar sempre do lado do Saul porque ele é o meu melhor amigo", John Fogerty tem contado este episódio em diversas entrevistas.
Diz-se que a partir de 1981 os maiores inimigos de John Fogerty foram o Stu Cook e Tom Fogerty, ainda hoje Stu Cook revela algumas atitudes de grande inimigo de John Fogerty, já Doug Clifford não gosta muito de se manifestar e até tem declarado que admirava muito John Fogerty.
Em 2004 a Fantasy Records é vendida à Concord Music Group e chega ao fim o grande calvário de John Fogerty que de acordo entre ambas as partes foi indemnizado com 2,5 milhões de dólares e viu ser restituído 50% dos direitos de autor referentes às músicas compostas por ele nos Creedence Clearwater Revival, chegava assim ao fim a maior e mais longa batalha judicial da história da música.
John Fogerty foi o compositor autor, arranjador e produtor de quase todas as músicas dos Creedence Clearwater Revival e durante cerca de 30 anos foi o que menos lucrou com isso enquanto os seus ex-parceiros de banda recebiam rios de dinheiro da Fantasy Records por terem participado apenas como músicos na obra intelectual musical de John Fogerty.
Uma história verídica de amizades desfeitas e traições, tudo pela ganância do dinheiro.
PALAVRAS CERTAS EM CITAÇÃO DE JOHN FOGERTY
Depois de ter superado tantos problemas, que o opuseram contra o seu empresário Saul Zaentz e a sua editora Fantasy Records, num processo judicial que se arrastou por mais de 30 anos nos tribunais, John Fogerty tem toda a legitimidade de fazer estas afirmações.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
JOHN FOGERTY, UMA HISTÓRIA, UMA GUITARRA, E UMA CAMISA DE FLANELA AZUL
As camisas de flanela que ele usava em criança e juventude eram simples, barato, quente e bastante coloridas. Algumas já tinha sido usadas provavelmente pelos seus irmãos mais velhos, na verdade, ele não ligava para as coisas materiais.
John Fogerty cresceu em uma família de classe média baixa, no meio de cinco rapazes, ele comprou sua primeira guitarra com o dinheiro da sua mesada na tenra idade de 11 anos, ele comprou a guitarra em prestações nos armazéns Sears, no mesmo lugar que ele comprava as camisas de flanela .
A mãe recentemente divorciada e com cinco filhos, responsabilizou-se por seu filho para comprar a guitarra, ele foi pagando as prestações ao longo do tempo e trouxe sua primeira guitarra para casa.
O menino que cresceu com tais origens humildes e nos abençoou com tantas histórias maravilhosas através de sua música nunca esqueceu das suas origens humildes e de onde ele veio.
As camisas de flanela azul, e outras tantas cores, fazem parte da sua história de vida, por isso nunca as deixou de usar.
John manteve-se sempre fiel a si mesmo, dentro ou fora de moda.
John Fogerty cresceu em uma família de classe média baixa, no meio de cinco rapazes, ele comprou sua primeira guitarra com o dinheiro da sua mesada na tenra idade de 11 anos, ele comprou a guitarra em prestações nos armazéns Sears, no mesmo lugar que ele comprava as camisas de flanela .
A mãe recentemente divorciada e com cinco filhos, responsabilizou-se por seu filho para comprar a guitarra, ele foi pagando as prestações ao longo do tempo e trouxe sua primeira guitarra para casa.
O menino que cresceu com tais origens humildes e nos abençoou com tantas histórias maravilhosas através de sua música nunca esqueceu das suas origens humildes e de onde ele veio.
As camisas de flanela azul, e outras tantas cores, fazem parte da sua história de vida, por isso nunca as deixou de usar.
John manteve-se sempre fiel a si mesmo, dentro ou fora de moda.
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