segunda-feira, 9 de março de 2015

CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - OS VETERANOS DO TOP : A GRANDE MÁQUINA

Durante os seus cinco anos de actividade, 1968-1972, os Creedence Clearwater Revival foram considerados os veteranos do Top, excepto no último ano, dos 12 discos single oficiais lançados 11 chegaram aos lugares cimeiros do Top 100 das tabelas norte-americanas.
Dos 7 albuns oficiais que lançaram,  6 deles também chegaram aos lugares cimeiros do Top 100 norte-americano, excepto o último que não se aguentou no Top.
Na europa alcançaram alguns primeiros lugares nos Tops europeus com singles e albuns e até lançaram alguns singles, extraídos de alguns dos seus albuns, com temas que nunca foram lançados em single nos Estados Unidos da America. Por exemplo "It Came Out Of Sky" e "Molina" que foram dois singles que alcançaram grande sucesso na Europa mas que nunca foram lançados como tal no mercado norte-americano.
Durante 2 anos consecutivos, entre 1969 a 1970, os Creedence Clearwater Revival foram considerados a banda mais popular da America, a grande campeã de vendas e com mais discos a circular consecutivamente nos Tops Hits das tabelas norte-americanas.
Entre 1969 a 1970 a sua popularidade estava à frente dos The Beatles e dos The Rolling Stones e durante 3 anos consecutivos dominaram o mercado discográfico norte-americano com sucesso de vendas de discos, considerados uma grande máquina de fazer dinheiro fazendo crescer a sua editora discografica Fantasy Records, de pequena editora independente para grande editora independente. No final de 1971 começa a dar sinais do principio do fim causados por grandes problemas internos entre os membros da banda e inevitavelmente o sonho como banda chega ao fim com a sua separação em Julho de 1972. Mas a grandeza do seu legado discográfico ainda continua a ser uma máquina de fazer muito dinheiro continuando a vender milhões de discos durante 40 anos depois da sua separação.

domingo, 8 de março de 2015

JOHN FOGERTY DIZ QUE O ALBUM MARDI GRAS NÃO É CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL

 
   JOHN FOGERTY NÃO RECONHECE O ALBUM MARDI GRAS COMO UM ALBUM 
   DOS CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL

O album Mardi Gras foi o último album de estúdio dos Creedence Clearwater Revival que começou a ser gravado entre Janeiro e Março de 1972 e lançado a 11 de Abril do mesmo ano, nele está incluido o tema "Sweet Hitch-Hiker" gravado e lançado em single na primavera de 1971 com a banda já reduzida a trio.
É o primeiro e único album lançado como um trio depois de Tom Fogerty ter deixado a banda em Janeiro de 1971 para seguir carreira a solo.
Este album só traz 4 musicas de John Fogerty (3 temas originais e 1 tema cover), o resto do album é dividido entre Stu Cook e Doug Clifford com 3 temas para cada um. Isto acontece pela primeira vez em um album dos Creedence Clearwater Revival e marca o final da banda com a sua separação em Julho de 1972, três meses depois do lançamento deste album.

Russ Gary foi o engenheiro de som de todos os albuns dos Creedence Clearwater Revival, em 1996 fez esta revelação acerca deste album :

"O único trabalho que John Fogerty não se empenhou com dedicação foi o album Mardi Gras, nesse album ele só trabalhou em 4 temas nos arranjos e produção que foram as canções que estavam à responsabilidade dele, o resto do album ele jogou a responsabilidade para o Stu Cook e Doug Clifford que não tinham uma grande experiência como compositores, arranjadores e produtores, o John quis primeiro gravar a guitarra das restantes canções e depois ausentou-se do estúdio deixando o Doug e o Stu trabalhando sozinhos nessas canções que eram da responsabilidade deles. Eu tive de dar-lhes uma ajuda como assistente a orientar os trabalhos de estúdio, o John não compareceu para finalizar os trabalhos porque a parte dele já estava pronta, só reapareceu para fazer as misturas finais, quando o album finalmente foi editado John chegou a dizer "este album é um monte de merda", os Creedence Clearwater Revival praticamente já tinham chegado ao seu final"
                                                                                            Russ Gary - 1996

John Fogerty também menosprezou este album num comentário público em 1998 :

"Os Creedence Clearwater Revival só gravaram 6 albuns de estúdio, eu não considero o Mardi Gras como um album dos Creedence Clearwater Revival, para mim o Mardi Gras é um album a solo partilhado entre os três elementos remanescentes daquilo que foram os Creedence Clearwater Revival"
                                                                                             John Fogerty - 1998



JOHN FOGERTY - ALGUNS SEUS COMENTÁRIOS PÚBLICOS


Quando perguntaram acerca da sua técnica como guitarrista ...

"Tenho consciência que hoje toco melhor do que em 1970, apesar de eu ter estado afastado da industria musical durante alguns anos aproveitei esse tempo para ir praticando e ir aprendendo mais acerca deste (guitarra) e outros instrumentos, de um certo modo nunca estive parado"
                                                         
                                                                                                                John Fogerty - 2006

Quando perguntaram qual é o album dos Creedence Clearwater Revival que mais gosta ...

"Dos 6 albuns de estúdio que os Creedence Clearwater gravaram aquele que eu mais gosto é sem dúvida o GREEN RIVER de 1969, foi o album que me deu menos trabalho em estudio, mas foi o que me deu mais gozo gravar, contém excelentes canções"

                                                                                                             John Fogerty - 1998

Quando o interrogaram se não tinham sido 7 albuns de estúdio gravados pelos Creedence Clearwater Revival ....

"Não, foram mesmo 6 albuns, Creedence Clearwater Revival em 1968, Bayou Country em 1969, Green River em 1969, Willy And The Poor Boys em 1969, Cosmo´s Factory em 1970 e Pendulum no final de 1970, sim foram 6 albuns"

                                                                                                           John Fogerty - 1998

Quando o interrogaram acerca do album Mardi Gras de 1972 ...

"Sim, mas não considero o Mardi Gras como um album dos Creedence Clearwater Revival, para mim o Mardi Gras é um album a solo partilhado pelos três elementos remanescentes daquilo que foram os Creedence Clearwater Revival"

                                                                                                        John Fogerty - 1998

Quando perguntaram acerca do seu conflito com os seus ex-companheiros de banda, Stu Cook, Doug Clifford, e seu irmão Tom Fogerty (na época já falecido) ...

"Estamos de relações cortadas desde 1981, ao longo destes anos tive de aprender como lidar com cobras rastejantes"

                                                                                                         John Fogerty - 1986

Quando perguntaram acerca dos seus problemas com Saul Zaents / Fantasy Records ...

"Saul Zaentz foi como Judas, vendeu o seu carácter a troco de dinheiro e transformou-se num grande ladrão Barrabás, roubou-me imenso dinheiro e protegeu-se rodeado de algumas cobras rastejantes que comem da sua mão"

                                                                                                            John Fogerty - 1985

Quando perguntaram do que achava dos Creedence Clearwater Revisited formados pelos seus ex-parceiros Stu Cook e Doug Clifford ...

" (Risos) ... Esse tal Creedence Clearwater Revisited é uma banda de covers formada por uns parasitas que andam a defraudar o público com as canções que eu criei e que eles tomam como se fosse deles a sua autoria"

                                                                                                             John Fogerty - 1998

Quando o interrogaram acerca da sua péssima relação com o seu irmão Tom Fogerty ...

"O grande problema do meu irmão Tom com a sua atitude de personalidade conflituosa é a sua grande frustração como artista e inveja por nunca ter grande projeção enquanto artista e descarregou isso contra mim por eu ter conseguido chegar até onde ele também sonhava" 

                                                                                                              John Fogerty - 1985


RUSS GARY - O HOMEM QUE AJUDOU A FABRICAR O SOM DOS CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL

                                RUSS GARY, um excelente e notável engenheiro de som.
RUSS GARY foi o engenheiro de som responsável pela gravação de todos os discos, albuns e singles, dos Creedence Clearwater Revival. Também foi o engenheiro responsável pela gravação dos primeiros 4 albuns a solo e do single "Goodbye Media Man" de Tom Fogerty.
Foi também o responsável pelo som do primeiro album de John Fogerty "The Blue Ridge Rangers" e pelos singles "You Don´t Owe Me", "Back In The Hills" e "Comin´Down The Road". O primeiro e único album a solo de Doug Clifford, "Cosmo", também tem a sua mão de responsabilidade em matéria de som.
RUSS GARY para além de engenheiro de som também foi o produtor do terceiro e quarto album de Tom Fogerty, "Zephyr National" e "Myopia" ambos lançados em 1974, onde também toca guitarra em alguns temas do "Zephyr National" e em todos os temas do "Myopia". É também co-autor em parceria com Tom Fogerty  no tema "Hot Buttered Rum" incluído no album "Zephyr National". Também tocou guitarra acustica no primeiro album a solo de Tom Fogerty.
RUSS GARY foi o engenheiro de som que ajudou John Fogerty a encontrar a sonoridade de estúdio para os Creedence Clearwater Revival, realmente em parceria com as orientações de John Fogerty o engenheiro de som Russ Gary fez um muito bom trabalho.
Durante os cinco anos de existência dos Creedence Clearwater Revival foi Russ Gary quem mais trabalhou em estúdio com John Fogerty, foram muitíssimas horas trancados juntos em estudio a trabalhar no perfeccionismo das musicas que iam integrar um novo album.
RUSS GARY em 1996 disse o seguinte sobre John Fogerty :

"John Fogerty era um perfeccionista e estava sempre insatisfeito com alguma coisa a qual tentava sempre melhorar, eram horas de exaustão sempre a trabalhar e era muito exigente, mas eu realmente admirava-o muito porque era um jovem com uma grande visão e talento, e profissionalmente sabia muito bem aquilo que estava fazendo desde a composição, arranjos e produção, e muito sinceramente, com todo respeito que tenho pelos outros membros da banda, acho que sem esse trabalho de John Fogerty os Creedence Clearwater Revival nunca teriam chegado à linha do sucesso que alcançaram, o rapaz realmente era um génio"
                                                                                      Russ Gary - 1996

"O único trabalho que John Fogerty não se empenhou com dedicação foi o album Mardi Gras, nesse album ele só trabalhou em 4 temas nos arranjos e produção que foram as canções que estavam à responsabilidade dele, o resto do album ele jogou a responsabilidade para o Stu Cook e Doug Clifford que não tinham uma grande experiência como compositores, arranjadores e produtores, o John quis primeiro gravar a guitarra das restantes canções e depois ausentou-se do estúdio deixando o Doug e o Stu trabalhando sozinhos nessas canções que eram da responsabilidade deles. Eu tive de dar-lhes uma ajuda como assistente a orientar os trabalhos de estúdio, o John não compareceu para finalizar os trabalhos porque a parte dele já estava pronta, só reapareceu para fazer as misturas finais, quando o album finalmente foi editado John chegou a dizer "este album é um monte de merda", os Creedence Clearwater Revival praticamente já tinham chegado ao seu final"
                                                                                       Russ Gary - 1996


                                                                     RUSS GARY
                                           CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL
                                 John Fogerty * Tom Fogerty * Doug Clifford * Stu Cook

sábado, 7 de março de 2015

JOHN FOGERTY É PROCESSADO PELOS EX-COMPANHEIROS DE BANDA

Em 2014 John Fogerty foi processado pelos seus ex-companheiros dos Creedence Clearwater Revival, Stu Cook, Doug Clifford e a viúva de Tom Fogerty que detêm 25 % cada um da marca comercial CCR, em causa está a utilização por John Fogerty das canções integrais dos albuns "Bayou Country", "Green River", "Willy And The Poor Boys", "Cosmo´s Factory" e "Pendulum" dos Creedence Clearwater Revival, no alinhamento dos seus mais recentes concertos ao vivo.
No processo que ainda decorre em tribunal John Fogerty é acusado de não pagar aos restantes proprietários os direitos e imagem devido ao registo da marca CCR, do qual John Fogerty tem apenas uma quota de 25%, pedindo uma indemnização que ronda nos 500 mil dolares.
Também querem legalmente impedir que John Fogerty toque essas musicas nos seus concertos ao vivo porque são reportório exclusivo da banda que eles criaram em 1995 Creedence Clearwater Revisited e que John Fogerty está "ilegalmente" a fazer-lhes concorrência e como tal retirando-lhes o público dos seus concertos ao vivo.
Como é que se explica legalmente uma coisa dessas ? !!! ...
John Fogerty foi o autor-compositor-letrista de todas as composições originais, foi o produtor e arranjador e a voz de todos os albuns dos Creedence Clearwater Revival, excepto o album "Mardi Gras" do qual só é responsável por 4 temas, como é possível levantar um processo judicial  contra John Fogerty nesses termos quando Stu Cook, Doug Clifford e Tom Fogerty participaram nesses albuns e nessas canções apenas como músicos mas não são os autores intelectuais da criação dessas musicas e desses albuns ? !!! ...
Quanto a designação Creedence Clearwater Revival não é utilizada nos concertos de John Fogerty e não se apresenta como tal, ele apenas informa nos seus cartazes promocionais que vai tocar em determinado concerto o alinhamento integral do album tal, mas não se apresenta como um Creedence ressuscitado, felizmente John Fogerty não precisa disso para se promover.
Stu Cook e Doug Clifford que intelectualmente nada contribuíram em termos criativos para o Creedence Clearwater Revival são uns parasitas sem grande talento que montaram em 1995 uma banda de covers chamada Creedence Clearwater Revisited e auto-intitulam-se como os legítimos CCR com plenos poderes sobre o legado Creedence e vivem à custa de um reportório com canções criadas pelo cérebro e talento de John Fogerty, a viúva de Tom Fogerty, que é ex-cunhada de John Fogerty, juntou-se a eles porque quer é dinheiro, se tivessem vergonha na cara nem sequer levantavam este processo sujo de falta de caráter contra John Fogerty, mas creio que como o processo não tem por onde se pegue vão perder esta causa em tribunal.
Eu sei um adjectivo certo para colar no Stu Cook, Doug Clifford e viúva de Tom Fogerty, e penso que vocês também o sabem. É muita gente a querer viver à custa das canções que foram criadas por John Fogerty.



JOHN FOGERTY - AS OPINIÕES DOS EX-COLEGAS

Que John Fogerty é um grande e talentoso compositor, arranjador, produtor, letrista, cantor e músico, isso ninguém o nega, que foi a grande máquina criativa dos Creedence Clearwater Revival também é um facto, mas também foi uma figura polémica que gerou ódios contra ele próprio entre os seus parceiros de banda que começaram a se sentir incomodados com a centralização do trabalho dos CCR todo concentrado unicamente na personalidade intelectual de John Fogerty.
Aqui vamos apresentar algumas citações de opinião pelos seus ex-parceiros de banda, Stu Cook, Doug Clifford e Tom Fogerty.

"Eu realmente gostava dele, mas conforme o sucesso dos Creedence Clearwater Revival ia crescendo ia ficando cada fez mais egocêntrico transformando-se num ditador insuportável"

                                                                                                       Doug Clifford - 1998

"Em tempos fomos grandes amigos, com o sucesso dos CCR começou as nos tratar como se fossemos só musicos dele, tornou-se num convencido cabrão miserável e ditador sem escrúpulos"
                                                                                                       Stu Cook - 1998

"Com o sucesso dos CCR ele foi se sentindo o máximo, um deus todo poderoso, recusou sempre a dar-me uma oportunidade igual dentro da banda, era um ditador déspota que se considerava o único "creedence" e tratava-nos como se fossemos os musicos contratados dele por isso acabei por sair da banda e lançar-me em empreitada a solo"
                                                                                                Tom Fogerty - 1981

"Nos CCR nunca participamos do processo de desenvolvimento das gravações em estúdio, o método de trabalho de John era o seguinte : ele trazia para a sala de ensaio as novas canções que pretendia gravar e nós ensaiavamos durante um mês de 8 a 12 horas por dia, depois quando achava que tudo estava devidamente "afinado" iamos para o estúdio gravar "live in studio" a sessão ritmica (baixo, guitarra, bateria) durante 2 ou 3 dias, depois ficavamos de fora da restante gravação, ficando John sozinho a trabalhar nessas canções, overdubs e arranjos, finalmente eramos chamados para gravar os coros de apoio vocal e depois dispensados ficando John de novo sozinho para gravar a parte vocal principal e fazer as mixagens, só tinhamos conhecimento do resultado final das canções quando o disco já estava prensado e pronto a ser distribuído nos circuitos de venda, nós eramos postos de parte em quase todo o processo de gravação de um disco, era só John quem dominava o processo de estúdio"

                                                                                                            Doug Clifford - 1998

"O John era um manipulador psicopata rancoroso, passou a nos odiar porque nós apoiávamos o Tom nas suas ideias e decisões, por sua vez o Tom apoiava Saul Zaentz, presidente da Fantasy, com o qual John estava a ter grandes problemas, John achava que deviamos estar do lado dele, mas nós estavamos do lado de Tom, isso nos garantia ser a maioria para garantir as percentagens financeiras de negocios relativos ao material gravado enquanto CCR, cada um de nós tinhamos 25% de quota sobre o legado dos CCR e nós três juntos eramos a maioria sobre os 25% detidos pelo John e o grande problema era que John queria impedir de rentabilizar o material gravado pelos CCR enquanto os seus problemas com Saul Zaentz / Fantasy não estivessem resolvidos, os CCR eram a nossa banda e não só a banda de John Fogerty".

                                                                                                            Stu Cook - 1998

"Nunca irei apoiar John contra Saul Zaentz, o Saul Zaentz é o meu melhor amigo, e os amigos não se atraiçoam, nunca colocarei a ganância de John acima da minha amizade com Saul"

                                                                                                                      Tom Fogerty - 1981

"Acho que o último album dos CCR, "Mardi Grass", só falhou porque o John assim o quis, foi um fracasso planeado porque reconheço que ele é um génio e sabia antecipadamente que esse album não ia resultar, ele fez tudo deliberadamente para que tivesse como resultado a separação da banda pois ele queria iniciar uma carreira a solo. Ele sabia que a nos pôr a vocalizar dois terços do album isso seria um desastre total porque tinhamos a consciência que nem eu nem o Stu eramos definitivamente cantores."

                                                                                                     Doug Clifford - 1998

"John é uma mente diabólica que deu cabo de uma banda que ainda tinha muito para dar, quis seguir uma carreira a solo que o encurralou e que não lhe correu como ele esperava, mas sobreviveram estas excelentes canções dos Creedence Clearwater Revival que continuam a atravessar gerações e que agora estamos apresentar ao vivo com a nossa nova banda Creedence Clearwater Revisited" 
                                                                                                              Stu Cook - 1998

"O grande problema do meu irmão Tom com a sua atitude de personalidade conflituosa é a sua grande frustração como artista e inveja por nunca ter grande projeção enquanto artista e descarregou isso contra mim por eu ter conseguido chegar até onde ele também sonhava"    

                                                                                                                       John Fogerty - 1985


                                    CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - 1970
                                  Tom Fogerty * Stu Cook * Doug Clifford * John Fogerty                                                    
                                                                                                             

JOHN FOGERTY - ENTREVISTA EM 1975

Em 1975 John Fogerty concedeu uma das suas raras entrevistas após a separação dos Creedence Clearwater Revival, numa altura em que estava lançando o seu segundo album a solo "John Fogerty" pela editora Asylum Records.
MM - John, você está lançando o seu novo album a solo, quais são as suas expectativas ?
JF - Espero que tudo corra bem, mas estamos a ser processados pela minha antiga editora.
MM - Em que se baseia essa acusação ?
JF - A Fantasy Records alega a minha ligação à editora através do antigo contrato dos CCR.
MM - Como isso é possível ?
JF - Eles alegam que contratualmente ainda lhes devo no mínimo 8 albuns.
MM - E a Asylum Records também está sendo processada ?
JF - Sim, a Asylum foi arrastada para o processo por ter assinado um contrato comigo e pelo lançamento deste album.
MM - Você já tinha lançado um primeiro album a solo pela Fantasy ?
JF - Sim, lancei um album de covers de musica country usando o pseudónimo The Blue Ridge Rangers para me distanciar um pouco dos CCR.
MM - Porquê um album só de covers da música country ?
JF - O album é uma homenagem à minha mãe que era uma grande fan da musica country.
MM - O album teve uma aceitação moderada, esperava melhor ?
JF - Não, o sucesso relativo desse album foi o que se espera de um album de musica country.
MM - Como é que nasceu a ideia para esse album ?
JF - Os CCR ensaiavam muito, umas 8 horas por dia, para relaxar divertia-nos a tocar clássicos da música country e foi a partir daí que nasceu esta ideia depois da separação dos CCR.
MM - Ainda como The Blue Ridge Rangers chegou a lançar um novo single não incluído nesse album ?
JF - Sim, depois do lançamento do album lançei um novo single com 2 temas originais "You Don´t Owe Me" e "Back In The Hills" que foi mal promovido pela editora que já tinha entrado em litígio comigo e acabou por descatalogar o disco.
MM - Isso naturalmente o chateou ?
JF - Não muito, até porque eu estava a tentar livrar-me do contrato com essa editora, mas não deixei de ficar surpreendido por terem boicotado o disco, eles reclamavam que eu ainda lhes devia 8 albuns.
MM - Isso aconteceu também com o disco seguinte que lançou já em nome próprio ?
JF - Sim, em 1973 lancei um novo single com o original "Comin´Down The Road" que além da editora Fantasy o ter lançado com uma muito má prensagem que "matou" o disco ainda o boicotou acabando também por o descatalogar.
MM - Isso fez-lhe mudar de editora ?
JF - Era inevitável, mas mudar de editora era um desejo antigo que já vinha dos tempos dos CCR já que eles negavam renegociar o contrato com melhores vantagens para nós.
MM - Há alguma possibilidade de reunião dos CCR ?
JF - Enquanto decorrer no tribunal o litígio que me opõe contra a Fantasy e Saul Zaents isso nunca acontecerá porque isso significa voltar a trabalhar para eles, o tribunal terá primeiro que se pronunciar se o contrato que eles alegam possuir se é legalmente válido ao não.
MM - Mas assinou contrato com a Asylym ?
JF - Sim, mas para isso tive de abrir mão dos direitos de autor de muitas canções dos CCR a favor da Jondora Music, a publisher controlada pela Fantasy Records, foi a maneira que eles encontraram para poder continuar a me roubar.
MM - Existe alguma forma legal nisso ?
JF - Meus advogados e consultores jurídicos dizem que não, por isso estão a tratar disso nas salas do tribunal.
MM - No ano passado (1974) participou no album "Zephyr National" de seu irmão Tom Fogerty lançado pela Fantasy, que também tem a participação de Doug Clifford e Stu Cook, isso é curioso já que veio a público que as vossas relações não são das melhores, certo ?
JF - As minhas relações com Tom, Doug e Stu, de facto não são as melhores, eles colocaram-se contra mim e apoiam as decisões de Saul Zaentz e a Fantasy tudo isso por uma questão economica financeira, então isso acabou por quebrar aquela grande e velha amizade que existia entre nós no passado.
MM - E a sua participação no album do Tom ?
JF - Eu tinha ido aos escritórios da Fantasy tratar de uns assuntos legais e alguém disse-me que Tom estava no antigo estudio de ensaio dos CCR a gravar o seu novo album, como precisava de levantar algum material meu que estava lá a apanhar pó, desci até ao estudio, e encontrei-os todos lá, o meu irmão Bob aproveitou para tirar algumas fotografias, depois o Tom pediu-me para eu "meter" a guitarra em dois ou três temas, acabei por aceitar fazê-lo com a condição de ser no meu estúdio particular, então o Tom passou-me as bobines com a sessão ritmica já gravada que levei para o meu estúdio e gravei os overdubs de guitarra em 3 temas, foi isso que na verdade aconteceu.
MM - E qual é o conceito deste novo album a solo ?
JF - Neste album tentei fazer uma aproximação à sonoridade dos CCR, mas também tem algumas influências da musica soul e country, acho que é um bom album bastante equilibrado.
MM - Bem... John, boa sorte para este novo trabalho.
JF - Obrigado !
NOTA :
Devido o litígio legal entre John Fogerty e a Fantasy Records, envolvendo também a Asylum, a distribuição e promoção do album "JOHN FOGERTY" de 1975 ficou bastante comprometida e o album não fez o sucesso esperado devido a isso, mas é um bom album e talvez é o album de John Fogerty que mais se aproximou daquilo que ele já tinha feito nos CCR (Creedence Clearwater Revival), no conceito geral poderia ter sido um novo album dos CCR.
Por via legal a distribuição deste album ficou a cargo da Asylum Records nos Estados Unidos da America e pela Fantasy Records na Europa o que complicou a sua divulgação em maior escala. Hoje é considerado um album de culto e vendido a preços "proíbidos".